quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Haja champagne!

Com 19 etapas cumpridas de um total de 22 a serem disputadas, a temporada 1967 GPL Brasil está muito perto do seu desfecho, e cada vez mais perto de definir o seu campeão. Mas outro fato que está chamando a atenção nas estatísticas é o número de pilotos que já freqüentaram o pódio ao menos uma vez nessa temporada.

Isso mostra o forte equilíbrio entre os pilotos e também entre as equipes. Com exceção da Honda, todos os carros conseguiram completar ao menos uma corrida entre os três primeiros colocados. Mas até mesmo a Honda bateu na trave, com o quarto lugar de Raul Costa em Monza. Entre os pilotos, o número é ainda mais impressionante: 15 pilotos já tiveram o prazer de estourar o champagne após uma corrida, o que mostra o elevado nível técnico da competição.

A Honda é a única equipe que ainda não conseguiu ir ao pódio nessa temporada, mas ainda há tempo para isso...

Entre esses pilotos, Raoni Frizzo foi quem mais subiu ao pódio nesse ano, com 14 aparições. Otávio Silveira, companheiro de Raoni na Lotus, vem em segundo, com 11 presenças no pódio. Thiago Lemos é um dos que também merece destaque, chegando 9 vezes entre os três primeiros colocados. No caso de Thiago, uma curiosidade: nas nove oportunidades em que isto ocorreu, todas foram pela Brabham. Vale lembrar que o piloto capixaba já pilotou pela Lotus, e está agora em sua segunda passagem pela Ferrari nesse campeonato.

Felipe Gamper, Ricardo Ramos, Dener Silveira e John White são pilotos que também têm freqüentado a celebração pós-corrida ocasionalmente. E a "turma do pódio" ganhou um novo integrante nesta última corrida, no México. Tio Italo estreou pela Brabham fazendo uma corrida impecável, chegando em 3º lugar. Confira abaixo a lista de todos os pilotos que já subiram ao pódio nessa temporada.

14 pódios - Raoni Frizzo
11 pódios - Otávio Silveira
9 pódios - Thiago Lemos
5 pódios - Felipe Gamper
4 pódios - Ricardo Ramos
3 pódios - Dener Silveira
2 pódios - Ha Maha; John White
1 pódio - Eduardo Gaensly; Fernando Tumushi; Renato Mesa; Tio Italo; Alex Bacaro; Ico Oliveira; Leo Menegucci

Lembrando que a expectativa é que tenhamos surpresas nessas últimas etapas. Com 3 corridas em circuitos de caracaterísticas diferentes, a chance desta lista ganhar novos integrantes é boa.

Raoni pode ser campeão já em Interlagos

O piloto Raoni Frizzo pode se tornar campeão com duas rodadas de antecipação. O piloto paulista pode definir a briga interna contra o companheiro Otávio Silveira na próxima etapa, em Interlagos.

A vantagem que Frizzo possui é de 26 pontos (198 dele contra 172 de Silveira), e se deve a uma incrível seqüencia de seis vitórias seguidas e outros dois segundos lugares nas últimas oito etapas. Já Otávio, que não vence desde Hockenheim, amarga três resultados medianos, e está longe do primeiro colocado na tabela, e precisa vencer as três últimas etapas.

Raoni, aqui com o número 2, pode ser o número 1 já em Interlagos

Veja a matemática que pode definir o título em favor de Raoni Frizzo:

Raoni será campeão em Interlagos se abrir 4 pontos a mais que Otávio Silveira. Isso pode acontecer se:

- Raoni vencer, independente da posição que Otávio chegar;
- Raoni for 2º, e Otávio for 5º ;
- Raoni for 3º, e Otávio for 7º ;
- Raoni for 4º, e Otávio for 8º ;
- Raoni for 5º, e Otávio for 9º ;
- Raoni for 6º, e Otávio for 10º ;
- Raoni for 7º, e Otávio não pontuar ;

Em qualquer outro resultado, o campeonato será decidido em Le Mans ou Mount Panorama.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Felipe Gamper domina GP mexicano e vence no seu retorno à Cooper


Uma performance dominante e tranqüila de Felipe Gamper ditou o tom do GP do México, pela 19ª etapa da temporada 1967 da GPL Brasil. O veloz piloto, que pediu as contas na BRM e retornou à Cooper, venceu a corrida de ponta-a-ponta, numa atuação sólida e impecável, sem dar chance à concorrência.

A superioridade de Gamper foi tão visível que ele também dominou todas as ações também no treino qualificatório, fazendo a pole com uma larga vantagem sobre a Lotus do líder do campeonato, Raoni Frizzo. Otávio Silveira largou em terceiro, e John White, estreando pela Eagle, fechou a segunda fila, partindo do quarto posto. Confira abaixo os números completos do treino de classificação para o grid de largada:

Pos No Driver Team Nat Time Diff Laps
1 15 Felipe Gamper Cooper BRA 1m46.509s 8
2 9 Raoni Frizzo Lotus BRA 1m48.308s 01.799s 4
3 3 Otavio Silveira Lotus BRA 1m49.231s 02.722s 8
4 16 John White Eagle BRA 1m49.474s 02.965s 7
5 17 Ricardo Ramos Eagle BRA 1m50.194s 03.685s 7
6 10 Thiago Lemos Ferrari BRA 1m50.502s 03.993s 8
7 8 Raul Costa Ferrari BRA 1m51.537s 05.028s 9
8 6 Tio Italo Brabham BRA 1m51.541s 05.032s 6
9 11 Eduardo Gaensly Brabham BRA 1m52.960s 06.451s 6
10 18 Helerson M. Maciel Cooper BRA 1m57.474s 10.965s 7
11 2 Sérgio Henrique Honda BRA 1m57.738s 11.229s 7
12 14 Fernando Tumushi Lotus BRA 1m58.889s 12.380s 4
13 12 Dener Silveira Eagle BRA No time No time 2

Felipe Gamper recolocou a Cooper no caminho das vitórias, com uma performance impressionante

Na largada, Felipe Gamper arrancou muito forte e se manteve na liderança. Raoni Frizzo perdeu a vice-liderança para John logo na reta inicial, mas devolveu a ultrapassagem na freada para a primeira curva. Um acidente entre Otávio Silveira e John White, causou uma confusão na largada, envolvendo alguns carros, que rodaram na primeira curva.

Com isso, Raul Costa escapou bem dos incidentes e pulou para terceiro, logo atrás de Felipe e Raoni. Tio Italo foi outro que soube aproveitar os problemas da largada e ganhou várias posições, se firmando em quarto. Com Felipe disparando na frente, e Raoni mantendo o 2º posto de forma confortável, as principais movimentações da corrida ocorreram logo mais atrás, no pelotão intermediário. Uma série de acirradas disputas levantou o público mexicano, que vibrava com o arrojo dos pilotos.

Um dos grandes momentos da corrida foi a ultrapassagem de Italo, da Brabham, sobre Raul, da Ferrari. O piloto da escuderia italiana espalhou na entrada da primeira curva no início da volta, dando a oportunidade para Italo mergulhar e assumir a terceira posição, que manteria até o final das 25 voltas da corrida. Pela Eagle, John White e Dener Silveira faziam boa corida de recuperação, mas um acidente entre os companheiros de time tirou de ambos a oportunidade de brigar pelo pódio. White finalizou em 4º, e Dener abandonou a corrida, após receber punição da direção da prova mexicana.

Raoni Frizzo andou sozinho boa parte da corrida, e com o 2º lugar ficou muito perto do título

O já citado Italo foi a sensação da corrida. Após uma série de provas pela Honda, o experiente piloto assumiu a vaga de Thiago Lemos na Brabham e deu conta do recado. Conseguiu um pódio logo na sua corrida de estréia pelo time de Jack Brabham. Já Lemos, que voltou à Ferrari, parece manter a maré de azar que o acompanha na equipe italiana: acidentes, problemas e um razoável 7º lugar, que deixou os fãs do piloto cabisbaixos. Em todas as corridas pela Ferrari, o campeão da temporada 1965 sequer conseguiu um pódio. Em tempo: pela Brabham, ele já conseguiu 9 pódios nessa temporada!

Mesmo perdendo muito tempo com o acidente na largada, Otávio Silveira fez mais uma corrida forte de recuperação, e finalizou em 5º lugar. Porém, viu sua distância para Raoni aumentar ainda mais, ficando agora 26 pontos atrás na classificação geral, e vendo o título ficar mais longe. Após um ano longe da Ferrari, Raul Costa foi o melhor carro da equipe e conseguiu um boa 6ª colocação, mesmo com uma rodada no meio da corrida.

Tio Italo mostrou a que veio na Brabham, com um pódio logo na estréia pelo time. Alegria para Jack Brabham!

Eduardo Gaensly teve alguns problemas de rendimento com a Brabham, mas salvou três pontos com a oitava posição. Ricardo Ramos prometia para esta corrida, mas uma punição logo no início da prova tirou dele qualquer chance de brigar pelo pódio, ficando assim em 9º lugar. Fernando Tumushi, mais um que teve vários problemas e levou punição, não repetiu as boas últimas atuações, e fechou a zona de pontuação, em décimo. Helerson Maciel, da Cooper, mais uma vez bateu na trave, e não conseguiu seu primeiro ponto na categoria, ficando em 11º. Dener Silveira (Eagle), e Sérgio Henrique (Honda) abandonaram a corrida. Veja o resultado completo da corrida:

Pos No Driver Team Nat Laps Race Time Diff
1 15 Felipe Gamper Cooper BRA 25 45m28.494s
2 9 Raoni Frizzo Lotus BRA 25 46m03.611s 35.117s
3 6 tio italo Brabham BRA 25 46m58.973s 1m30.479s
4 16 John White Eagle BRA 25 47m12.585s 1m44.091s
5 3 Otavio Silveira Lotus BRA 25 47m14.005s 1m45.511s
6 8 Raul Costa Ferrari BRA 24 45m41.018s 1 lap(s)
7 10 Thiago Lemos Ferrari BRA 24 45m49.282s 1 lap(s)
8 11 Eduardo Gaensly Brabham BRA 24 46m29.958s 1 lap(s)
9 17 Ricardo Ramos Eagle BRA 24 46m52.229s 1 lap(s)
10 14 fernando tumushi Lotus BRA 24 47m01.535s 1 lap(s)
11 18 Helerson M. Maciel Cooper BRA 22 45m47.626s 3 lap(s)
12 12 Dener Silveira Eagle BRA 11 21m07.669s 14 lap(s)
13 2 Sérgio Henrique Honda BRA 9 18m26.339s 16 lap(s)

A próxima etapa acontece daqui a duas semanas, no próximo dia 9 de novembro, no circuito de Interlagos 1973. Caso consiga fazer quatro pontos a mais que Otávio, Raoni garante a taça por antecipação. Será que o GP brasileiro irá definir o campeão, assim como na F1 atual?

Confira o vídeo com os melhores lances da corrida. A produção é de Ricardo Ramos:


sábado, 25 de outubro de 2008

Irmãos coragem

Rodriguez. Uma família mexicana como muitas outras, porém esta não pode ser considerada uma família comum. Um pai empresário e de boas posses, que tinha espírito aventureiro, com dois filhos entusiastas da velocidade. Pedro Natalio Rodriguez Quijada, pai de Ricardo e Pedro Rodriguez de la Vega, era um acrobata de motocicletas que sempre impulsionou seus garotos a se interessarem por velocidade e desta maneira eles entraram de cabeça no negócio.

Ricardo era o irmão mais novo desta família e já com 15 anos começou a correr em GP´s nos EUA. Riverside foi sua primeira “vítima”. Ricardo entrou e ganhou a prova surpreendendo a todos a bordo de um Porsche de 1,5 Litros. Pedro, por sua vez, com apenas 18 anos participou de sua primeira corrida importante em Le Mans. Queria ter corrido em dupla com seu irmão, mas como este tinha apenas 16 anos foi vetado por ser considerado muito jovem para tal tarefa. Era inegável que estes dois irmãos possuíam um talento inegável e que dentro em breve figurariam no mundo da velocidade mundialmente.

A precoce morte de Ricardo Rodriguez impediu uma carreira promissora. Ele estreou na F1 pela Ferrari em 1961, no GP de Monza

Dito e feito, ambos os Rodriguez chegaram a Fórmula 1, porém com históricos distintos. Pedro participou de 54 GP´s por 4 equipes: Ferrari, Lotus, Cooper e BRM; Estas duas em particular deram-lhe as únicas duas vitórias de sua carreira, Kyalami 67 pela Cooper e Spa 70 pela BRM.

Ricardo participou de 6 GP´s oficiais pela Ferrari marcando 4 pontos e num GP extra campeonato no recém inaugurado Autódromo Magdalena Mixhuca no México, sofre um acidente na Peraltada onde acaba falecendo com apenas 20 anos de idade. O destino de Pedro não seria diferente, pois em outro acidente, desta vez em Nosring na Alemanha, em 71, também perderia a vida.

Duas vidas e dois heróis locais. Nada mais justo que o autódromo local fosse rebatizado com o sobrenome daqueles que colocaram o país na história da fórmula 1. Sendo assim, falemos sobre o Autódromo Hermanos Rodriguez, casa do próximo Grand Prix da GPL Brasil em 2008.

Já Pedro Rodriguez venceu duas provas na carreira, fazendo sua última temporada, antes da morte, de BRM, em 1971

Construído e inaugurado em 1962 no local onde era um parque público na cidade do México, sua primeira participação na formula 1 foi justamente o supracitado GP que vitimou Ricardo Rodriguez. Entretanto, mesmo com a tragédia tornou-se evento fixo no calendário do mundial na década de 60, até em 1970 sair devido à constantes superlotações, que geraram diversos pontos de falta de segurança no circuito. Voltou à ativa em 1986, saindo novamente em 1992. Além da Fórmula 1, a Nascar, Champ Car, A1 GP e dezenas de outros campeonatos locais passaram por este circuito.

Em 1967 eram 5000 metros, hoje 4.438 metros separam a bandeira verde da linha de chegada neste sinuoso e ondulado circuito. Em suma Hermanos Rodrigues é um circuito complicado por natureza, pois fica situado a 2.285 metros do nível do mar, onde o ar torna-se rarefeito e complica tanto os motores quanto aos propulsores dos bólidos; Seu piso é sempre ondulado, pois existe uma peculiaridade no local onde foi construído, as placas tectônicas localizadas quilometros abaixo da superfície estão em constante movimentação, o que ocasionam as imperfeições da pista.

O ponto alto deste GP é a curva Peraltada, que traz para a linha de chegada. Inclinada, proporciona velocidades muito altas e não é atípico termos acidentes nesta curva. Além de Ricardo Rodriguez, Ayrton Senna em 1991 sofreu um acidente onde perdeu a traseira do carro e batendo na barreira de pneus acabou capotando. Algumas lesões e fortes dores acompanharam-no durante a prova. Em 88 Phillipe Alliot também sofreu um grave acidente logo após a saída da curva.

A primeira prova oficial da F1 no México foi em 1963. Jim Clark faturou, assim como na extra-oficial, em 1962!

Tentando evitar todos os perigos e superar os desafios desta prova mexicana os pilotos da GPL Brasil chegam para a prova neste domingo dia 26/10. Este ano diversos pilotos tem chance de subir ao degrau mais alto do podium. Felipe Gamper, Raoni Frizzo e Otávio Silveira são uma constante nas apostas para o 1º posto após a bandeirada. Quem vem se destacando e muito é Dener Silveira, agora de casa nova na equipe de Dan Gurney. Sempre muito rápido Dener planeja ser a surpresa do final de semana, mesmo cumprindo uma punição e largando da última fila. Correndo por fora vem Thiago Lemos, John White e o vitorioso da prova no ano passado, Rica Ramos.

A briga no campeonato é ferrenha em diversas posições e ficamos na expectativa da difícil prova em suas 25 voltas para vermos quem conseguirá, primeiro, sair ileso de Hermanos Rodrigues, e quem sairá triunfante deste dramalhão mexicano!

Texto escrito por Fernando Tumushi. Valeu Fernando!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Raio-X: Mexico


Após bancarem o melhor estilo "Rick Mears", os pilotos da GPL Brasil encerraram suas atividades no oval de Indianápolis e agora partem para um diferente, mas nem por isso menos complicado, desafio. No próximo domingo, dia 26, será disputada a 19ª etapa da temporada 1967. Ainda na América, os competidores desembarcam no México, onde correrão no autódromo da capital do país, Cidade do México.

Muito seletivo, o traçado mexicano privilegia um carro muito estável e os bólidos mais leves. Boa notícia para os pilotos de Brabham, Ferrari e Cooper, que seguirão mais de perto as poderosas Eagle e Lotus. Já os pilotos da Honda e da BRM vão ter que se virar para manterem seus peso-pesados na pista pelos 5000 metros do autódromo. Sinuosa, com curvas de baixa velocidade e uma longa reta, ultrapassar aqui não é tarefa tão fácil assim. É o que vamos mostrar melhor numa análise mais detalhada da pista:

Maior desafio da pista, a Primeira Chicane pode causar muitos acidentes durante a corrida

A volta inicia na longa Reta dos Boxes, caracterizando o melhor ponto de ultrapassagem da pista. Porém, a manobra só é segura caso o competidor complete a ultrapassagem antes freada para a Primeira Chicane, muito diferente das habituais. Ela é iniciada com um raio longo para a direita em freada até ir fechando cada vez mais, levando a uma rápida perna para a esquerda. Sem dúvidas o ponto mais desafiador do circuito, onde qualquer erro de frenagem pode custar um acidente ou uma rodada.

Após a chicane inicial, uma pequena reta leva os carros a uma Segunda Chicane, também bastante diferente do convencional, com uma perna mais longa para a esquerda, seguida por uma seção bem mais fechada para a direita. Contorná-la bem pode ser fundamental para tentar passar seu adversário na freada para o Hairpin, ponto mais lento da pista, feito em 1ª marcha. após o grampo, uma Terceira Chicane, esta mais simples que as demais, leva os pilotos para um dos pontos-chave para uma boa volta.

Lugar mais lento da pista, o Hairpin pode ser uma alternativa para as ultrapassagens

Os Esses são uma seqüência de curvas para a direita e para a esquerda, feitas em 2ª e 3ª marchas. Aqui um bom acerto do carro é decisivo para o piloto buscar uma volta rápida. Conhecer o traçado também é fundamental, pois ao errar uma das curvas, toda a seqüência restante pode ser comprometida.

Finalizados os Esses, é hora de chegarmos a uma das curvas mais famosas, a Peralta (ou Peraltada). Feita em 3ª marcha, é uma longa tangência para a direita, com uma notável inclinação, proporcionando vários traçados. Alguns pilotos a preferem contornar mais próxima da linha interna possível, outros preferem "alargar" a entrada numa tentativa de sair mais lançado para a Reta dos Boxes. de qualquer maneira, saber contorná-la bem é item obrigatório para buscar uma ultrapassagem no retão.

Contornar bem a Peralta é importante para tentar ultrapassar na Reta dos Boxes

Curioso para conhecer a pista? Então curta uma volta pelo divertido traçado de carona com o piloto Raoni Frizzo, a bordo de uma Cooper T81b. A trilha sonora que acompanha o vídeo é da banda local, "Los Straitjackets", com a música "Chica Alborotada".

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Com sorte a favor, Raoni Frizzo vence em Indianápolis e segue firme na liderança


Muito equilíbrio, tensão, acidentes e um golpe de sorte. Assim foi o GP de Indianápolis, válido pela 18ª etapa da temporada 1967 da GPL Brasil. Quando tudo parecia caminhar para um retorno da Ferrari ao lugar mais alto do pódio, o poderoso motor italiano não resistiu ao esforço no circuito oval e entregou a vitória, que estava nas mãos de Dener Silveira, a Raoni Frizzo e sua Lotus-Cosworth, um conjunto que somou o sexto triunfo seguido e agora vai vendo as chances de título aumentarem ainda mais.

A qualificação rendeu uma surpresa. Mais rápido em todos os testes durante a semana, Dener Silveira foi surpreendido por uma volta voadora de Frizzo, que mostrou a força da Lotus e cravou sua 13ª pole-position na temporada. Dener partiu na segunda colocação, e o impressionante rendimento de John White colocou sua Brabham num excelente 3º posto no grid de largada. Confira a relação dos tempos da qualificação:

Pos No Driver Team Nat Time Diff Laps
1 17 Raoni Frizzo Lotus BRA 52.385s 15
2 15 Dener Silveira Ferrari BRA 52.537s 00.152s 20
3 11 John White Brabham BRA 52.902s 00.517s 12
4 3 Otavio Silveira Lotus BRA 52.976s 00.591s 18
5 6 Thiago Lemos Brabham BRA 52.998s 00.613s 14
6 8 Fernando Tumushi Lotus BRA 53.343s 00.958s 16
7 18 Alex Bacaro Ferrari BRA 53.454s 01.069s 16
8 10 Ricardo Ramos Eagle BRA 53.522s 01.137s 14
9 2 Eduardo Gaensly Brabham BRA 53.553s 01.168s 11
10 9 Tio Italo Honda BRA 54.819s 02.434s 8
11 12 Raul Costa Honda BRA 54.851s 02.466s 13
12 16 Sérgio Henrique BRM BRA 55.188s 02.803s 9
13 14 Helerson Maciel Cooper BRA 55.276s 02.891s 12
14 7 Caio Lucci Cooper BRA No time No time 0

Largada! Todos partiram com muita cautela nas primeiras curvas

Na largada, Dener partiu forte e assumiu a liderança. John White também saiu bem e assumiu a vice-liderança, mas ainda no primeiro giro da prova Raoni Frizzo o ultrapassou e conseguiu a 2ª colocação. Thiago Lemos também aproveitou a carona e pasou para 3º. Logo na primeira volta, Otávio Silveira rodou na Curva 3 e causou o primeiro acidente da prova. Ricardo Ramos não conseguiu desviar sua Eagle da Lotus rodada e bateu forte.

Após as primeiras voltas, as posições começaram a se estabelecer. Dener Silveira seguia na liderança, com Frizzo o perseguindo de perto, cerca de 1,5 segundo atrás. Um pouco mais atrás, Thiago sustentava a terceira posição, seguido de perto pelo companheiro John White. Fernando Tumushi vinha bem com a Lotus na quinta colocação. No pelotão intermediário, Alex Bacaro, da Ferrari, Eduardo Gaensly, da Brabham, e as combativas Honda de Tio Italo e Raul Costa faziam uma bonita disputa de posições.

A briga pela liderança continuava tensa volta a volta. Dener e Raoni viravam como um relógio, sempre com o piloto da Ferrari mantendo uma distância entre 1 a 2 segundos. Ora o piloto da escuderia italiana conseguia abrir um pouco de vantagem, ora o líder do campeonato reagia e chegava mais perto. O drama durou até a trigésima volta, quando na entrada da Curva 3 o propulsor Ferrari não aguentou todo o esforço que o traçado de Indianápolis exigia e explodiu, entregando a liderança de bandeja a Raoni Frizzo.

O motor ferrari de Dener Silveira explode após 30 voltas...

Após a quebra do motor, Dener nada pôde fazer para brigar pela vitória, terminando mais uma corrida na segunda colocação. Após o problema de Dener, Raoni poupou o equipamento de seu carro e seguiu firme até a linha de chegada para conquistar sua 10ª vitória na temporada e ampliar sua liderança no certame para 23 pontos sobre Otávio Silveira.

Mais uma vez Thiago Lemos e John White confirmaram a boa fase da Brabham, finalizando em 3º e 4º lugares, respectivamente. Bastante regular, Fernando Tumushi superou alguns problemas durante a prova e mais uma vez fechou o top-5. Otávio Silveira dessa vez não seguiu o ritmo dos líderes e ficou em sexto. Eduardo Gaensly sofreu com os acidentes durante a corrida e terminou em 7º. Tio Italo mais uma vez conquistou alguns pontos para a Honda com o oitavo posto. Sérgio Henrique, único representante da BRM na prova, salvou a honra do time inglês e garantiu dois pontos com a nona colocação. Fechando a zona de pontuação, Ricardo Ramos teve vários problemas e foi apenas o décimo com a Eagle. Alex Bacaro, Raul Costa e Helerson Maciel não completaram a corrida. Caio Lucci, em sua tentativa de retornar à categoria, não chegou a largar com sua Cooper. Abaixo, o resultado final da prova em detalhes:

...e a vitória ficou mais uma vez nas mãos de Raoni Frizzo e sua Lotus. Sexto triunfo seguido!

Pos No Driver Team Nat Laps Race Time Diff Problem

1 17 Raoni Frizzo Lotus BRA 50 44m31.079s
2 15 Dener Silveira Ferrari BRA 50 44m44.425s 13.346s
3 6 Thiago Lemos Brabham BRA 50 44m54.789s 23.710s
4 11 John White Brabham BRA 50 45m00.545s 29.466s
5 8 Fernando Tumushi Lotus BRA 49 45m08.747s 1 lap(s)
6 3 Otavio Silveira Lotus BRA 49 45m10.792s 1 lap(s)
7 2 Eduardo Gaensly Brabham BRA 49 45m23.186s 1 lap(s)
8 9 Tio Italo Honda BRA 47 44m46.470s 3 lap(s)
9 16 Sérgio Henrique BRM BRA 47 45m24.154s 3 lap(s)
10 10 Ricardo Ramos Eagle BRA 45 43m40.364s 5 lap(s)
11 18 Alex Bacaro Ferrari BRA 38 34m49.311s 12 lap(s)
12 12 Raul Costa Honda BRA 22 20m44.761s 28 lap(s)
13 14 Helerson Maciel Cooper BRA 11 11m11.456s 39 lap(s)
14 7 Caio Lucci Cooper BRA 0 DidNotStart 50 lap(s)

Confira alguns momentos de destaque da corrida no vídeo abaixo, mais uma produção do nosso movie-maker oficial, Ricardo Ramos. Confira!

domingo, 19 de outubro de 2008

Está chegando a hora!

Faltam poucas horas para um dos GPs mais aguardados da GPL Brasil. A corrida em Indianápolis deixa no ar uma dúvida: será que o campeonato conhecerá um novo vencedor, ou a vitória ficará entre o trio Raoni Frizzo - Otávio Silveira - Felipe Gamper?

Se levarmos em conta os treinamentos durante a semana, a missão dos três pilotos será duríssima, já que temos um equilíbrio muito grande entre os competidores, e muitas surpresas agradáveis ditando o ritmo no velocíssimo oval. Dener Silveira é uma delas. O jovem piloto mostrou ter encontrado um bom acerto com sua Ferrari e está conseguindo voltas execlentes, principalmente em qualificação. Fica a dúvida de como será o rendimento da Ferrari durante as 50 voltas da corrida.

Outra equipe que tem mostrado um ótimo serviço nos testes é a Brabham. John White, Thiago Lemos e Eduardo Gaensly estão tirando proveito da leveza do chassi do bólido da equipe para compensar nas curvas a falta de potência nas retas, aliado a um acerto muito bem equilibrado. Destaque para White, que tem assustado a toda concorrência com um ritmo extremamente rápido e constante em longas distâncias.

Eagle, Brabham e Lotus são favoritas á vitória em Indianápolis, junto com a Ferrari

A Lotus também mostra sua força. Apesar de contar com um chassi um pouco problemático em Indianápolis, Raoni Frizzo tem conseguido brigar pelos melhores tempos, tendo alguma dificuldade em ritmo de corrida. Fernando Tumushi e Otávio Silveira também estão andando forte entre os ponteiros, e estão mais do que no páreo para brigar pela vitória.

Outro time que merece uma certa atenção é a Eagle. Ricardo Ramos e Hamilton Amorim pouco treinaram durante a semana, mas mostraram o forte potencial do carro de Dan Gurney, já registrando em poucas voltas tempos competitivos. Mesmo com um motor forte, a Honda sofre com o pesado e problemático chassi nas curvas. Sendo assim, Tio Italo e Raul Costa apostam mais do que nunca na experiência de ambos e em um acerto seguro para poder surpreender na corrida de hoje a noite.

Já na BRM o clima é um misto entre confiança e apreensão. O carro não corresponde a altura dos rivais, e os pilotos estão tendo trabalho em ganhar mais velocidade. Felipe Gamper vem tirando tudo o que pode do pesado carro, conseguindo um ótimo desempenho entre os ponteiros. Sérgio Henrique e Bruno Saboia apostam na consistência para figurar na zona de pontuação, já que a corrida pode ter muitos acidentes.

Por fim, a Cooper espera apenas contar com um pouco de sorte e apostar na leveza do conjunto para beliscar alguns pontos. Helerson Maciel tem reclamado constantemente da falta de velocidade final do carro, mas tem um desempenho constante e aposta numa corrida burocrática, assim como em Brands Hatch, para ir ganhando posições.

Quem será que vai ganhar a tão badalada corrida? É o que saberemos logo mais, num teste de resistência e concentração, que vai durar 50 voltas. Façam suas apostas!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Raio-X: Indianapolis Motor Speedway


Na sua reta final, a temporada 2008 do Mod 67 da GPL Brasil chega a um de seus maiores e mais ilustres desafios. Os motores já estão roncando, e os pilotos se preparando para a tão aguardada corrida de Indianápolis, válida pela 18ª etapa da competição.

Mais do que nunca, as altas velocidades do lendário oval norte-americano vão premiar acima de tudo a regularidade dos pilotos e um carro bem acertado. Aliás, a configuração de setup tem deixado os competidores com muitas dores de cabeça. encontrar o equilíbrio ideal para os bólidos é uma tarefa árdua.

Para andar rápido em Indianápolis os pilotos andam quase "beijando" os temidos muros de concreto

Mas, embora possua apenas quatro curvas "teoricamente fáceis", andar aqui em Indianápolis requer muita habilidade e jogo de cintura dos pilotos. As inclinações do asfalto e os já famosos e temidos muros da pista não perdoam qualquer tipo de erro de pilotagem. É necessário ter uma pilotagem suave, mas ao mesmo tempo não aliviar no acelerador para não ficar pra trás. Vamos conferir uma análise mais detalhada do traçado.

Assim que cruzam a famosa linha de chegada com os "tijolinhos", os pilotos se aproximam a quase 310 km/h para contornar a Curva 1. Aqui a qualidade do acerto do carro é colocada a prova. Como os pilotos chegam muito embalados, eles precisam tirar bastante o pé do acelerador para não perder a tangênica. Caso contrário, farão companhia ao muro logo cedo.

Logo após a primeira curva, chegamos a Curva 2. Contorná-la corretamente é mais do que essencial para tentar uma ultrapassagem na reta oposta. Então, a maioria dos carros a contornam quase de pé embaixo, saindo a mais de 250 km/h para dispararem na reta e tentarem uma eventual ultrapassagem.

Ponto de grande dificuldade, a Curva 3 requer muita perícia e um carro bem acertado

Ponto crítico do traçado, a Curva 3 tem registrado o maior índice de acidentes nos treinos livres. A rápida desaceleração para poder fazê-la requer um ótimo controle do carro, que tende a sair muito de frente ou de traseira, dependendo do acerto de cada piloto. Passado o grande drama da pista, chegamos finalmente a Curva 4, a última do superoval. Semelhante a Curva 2, o segrdo aqui é saber dosar a celeração e sair embalado para a reta de chegada, para completar uma alucinante volta pelos 4023 metros de pura velocidade.

Quer ter a sensação de passar perto dos muros de Indianápolis? Então curta uma volta onboard pela pista, de carona com a Lotus 49 de Raoni Frizzo:


terça-feira, 14 de outubro de 2008

O surgimento do Templo Sagrado! Do início do século ao desembarque da GPL Brasil

A cidade de Speedway, no condado de Marion, estado de Indiana (EUA), possui velocidade no nome, contrastando com a pacata vida da cidade de cerca de doze mil habitantes, apontados pelo censo americano em 2000. Localizada a 7 kms da capital do estado, Speedway poderia ser mais uma cidadezinha norte americana perdida no mapa e tendo a agricultura como principal atrativo de sua existência. Seria, pois nesta cidade de 12,3 km² de área, existem 1300m² que chamam a atenção do mundo anualmente.

Indianápolis Motor Speedway teve seu início em 15 de março de 1909 quando os arquitetos Carl G. Fisher, James A. Alisson, F.H. Wheller e Arthur Newby tiveram a iniciativa de construir um circuito nesta região. A obra conclui-se em tempo recorde, sendo inaugurada em 12 de agosto do mesmo ano. A pista, cujo formato permanece até hoje, tinha seu pavimento feito de cascalho e piche.
Ray Harroun teve a glória de vencer a primeira Indy 500, em 1911

Seu primeiro evento foram 7 corridas de motocicletas da Federação americana de motociclistas (FAM), e a primeira vez que os automóveis adentraram o que iria se tornar um dos maiores templos do automobilismo, foi no final de semana seguinte em 19 de agosto. E o que seria uma celebração ao esporte à motor, transformou-se em tragédia com a deteriorização do pavimento causando diversos acidentes e 5 vítimas fatais.

Com este trágico incidente, Carl G. Fisher decidiu modificar o pavimento por completo de Indianápolis e para isso adquiriu cerca de 3,2 milhões de paralelepípedos, que serviriam para cobrir toda a área da pista, reabrindo somente em 1910.

O primeiro evento de 500 milhas que Indianápolis recebeu foi em 30 de maio de 1911. Com um espetacular público de 80 mil pessoas, que desembolsaram a formidável quantia de 1 dólar para ver o espetáculo, Ray Harroun completou os 804.672 km da primeira grande corrida do circuito com a média de 74.602 mph, equivalentes à 120.060 km/h. Ray inclusive fez seu feito ser ainda maior pois largou da 28º posição no grid de largada.

Agora é hora do super-oval americano receber as máquinas da GPL Brasil

De lá para cá, inúmeras mudanças aconteceram, milhares de recordes foram quebrados, várias categorias passaram por seus 4023 metros e o charme da pista continua, inclusive a linha de chegada que permanece de paralelepípedos, construída por C.Fisher no século passado.

Este ano a GPL Brasil desembarca no lendário autódromo americano, junto com as lendárias máquinas da fórmula 1 de 1967. Como os grandes eventos que passaram por lá durante a história, este domingo, dia 19 de outubro de 2008, tende a ser mais um dia a entrar para a história de Indianápolis. Pilotos como Raoni Frizzo, Felipe Gamper, Otávio Silveira, Dener Silveira, Thiago Lemos, dentre outros, irão ao limite para sagrar-se campeão de um dos eventos mais tradicionais do automobilismo. Quem será que irá levantar o troféu e beber o litro de leite neste ano?

Este magnífico texto é de autoria de nosso companheiro de GPL Brasil e corredor da Lotus, Fernando Tumushi. Valeu pela imensa contribuição, Fernando!

BRM lamenta azar e acidentes em Brands Hatch

Frustração! Essa pode ser talvez a palavra que melhor possa definir o final de semana da equipe BRM em Brands Hatch. Contando com o retorno de Felipe Gamper, a escuderia inglesa tinha planos de brigar pela vitória e mais alguns pontos, mas a falta de sorte e os acidentes de seus pilotos colocaram o cronograma abaixo.

Sir Alfred Owen, chefe da equipe, lamentou muito o resultado. "Estávamos muito otimistas, como há um bom tempo não estávamos. Mesmo com as dificuldades do chassi nas pistas de baixa, acreditávamos na vitória. Chegamos perto, mas infelizmente não era o nosso dia. Paciência."

Já Felipe Gamper, que liderava a prova até rodar e abandonar, foi bastante objetivo na sua análise da prova. "Estava bem, mas comecei a ter problemas de superaquecimento nos pneus e acabei rodando.", comentou o piloto, que já fez a equipe triunfar três vezes na temporada (Silverstone, Snetterton e Spa-Francorchamps).

Algumas rodadas, como a de Sérgio Henrique, colocaram fim aos planos da BRM de somar muitos pontos na última etapa

Outro piloto que não conseguiu levar o bólido preto até o final da corrida foi Sérgio Henrique, que lamentou ter treinado pouco no complicado circuito. "Não tive muito tempo de treinar, o que me levou a ser cerca de 2 segundos mais lento que o último colocado. Estava fazendo uma corrida aceitável, para quem não treinou nada". Porém o piloto, que retornava a categoria, rodou logo na parte inicial da prova e também abandonou.

Mesmo sendo o único do time a completar a prova e pontuar (9º lugar), Bruno Sabóia também mostrou descontentamento com o desempenho do seu carro neste último fim de semana. "Essa corrida foi bem ruim pra mim. Consegui 1:37 quando treinei sozinho, mas só 1:40 com parciais pra 1:38 no treino. Sempre errava alguma coisa". Ele ainda revelou que precisa se adaptar melhor ao pesado chassi da equipe. "Preciso treinar muito com esse carrinho, ele é bem complicado.", finalizou.

Já conformado, Alfred Owen revelou que a meta é esquecer Brands Hatch e pensar em Indianápolis, neste final de semana. "Não adianta mais ficarmos lamentando. Agora é focarmos em Indy e tentarmos nos recuperar. Sei que temos potencial para fazer bonito lá, sem contar que nossos pilotos são experientes e conseguirão lidar com as dificuldades da pista.", afirmou.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Raoni Frizzo vence em Brands Hatch e amplia vantagem


Muitas emoções, disputas acirradas e ultrapassagens marcaram a corrida de Brands Hatch, válida pela 17ª etapa da GPL Brasil. Mesmo em um circuito com poucos pontos de ultrapassagem, os pilotos mostraram arrojo e técnica de sobra, e deram um verdadeiro show no apertado circuito britânico.

Nos treinos, prevaleceu a força do chassi da Lotus e seu leve motor Ford, que deram à Raoni Frizzo mais uma pole. Felipe Gamper mostrou extremo talento e colocou a problemática BRM numa impressionante segunda colocação no grid. Já as Brabham também mostraram muita força, com John White (3º) e Thiago Lemos (5º) entre os primeiros. Entre eles, ficou o veloz Dener Silveira, da Ferrari. Confira a relação de tempos da qualificação:

Pos Driver Team Nat Time Diff Laps
1 Raoni Frizzo Lotus BRA 1m35.409s 12
2 Felipe Gamper BRM BRA 1m35.987s 00.578s 11
3 John White Brabham BRA 1m36.251s 00.842s 7
4 Dener Silveira Ferrari BRA 1m36.412s 01.003s 10
5 Thiago Lemos Brabham BRA 1m36.460s 01.051s 10
6 Fernando Tumushi Lotus BRA 1m36.989s 01.580s 9
7 Ricardo Ramos Eagle BRA 1m38.374s 02.965s 8
8 Alex Bacaro Ferrari BRA 1m40.049s 04.640s 8
9 Tio Italo Honda BRA 1m40.467s 05.058s 8
10 Bruno Saboia BRM BRA 1m40.482s 05.073s 10
11 Helerson Maciel Cooper BRA 1m41.301s 05.892s 8
12 Sérgio Henrique BRM BRA 1m43.386s 07.977s 8
13 Otavio Silveira Lotus BRA No time No time 0

Na largada, Felipe Gamper tomou a ponta se aproveitou de uma rodada de Raoni, que caiu para o meio do bolo, para disparar na frente. Enquanto isso, boas disputas iam acontecendo nas demais posições, como a ótima briga entre Ricardo Ramos e Alex Bacaro, pela 6ª colocação. Otávio Silveira foi outro piloto que foi ganhando posições nas primeiras voltas. Após cumprir uma punição e largar em último, o vice-líder do campeonato partiu pra cima dos adversários logo no início de corrida.

Raoni Frizzo contou dessa vez com a sorte pra vencer e manter a liderança do campeonato

Quem fez uma espetacular corrida de recuperação foi Thiago Lemos, da Brabham. O atual campeão do Mod 65 teve seu motor estourado logo no início da volta inicial. Mas, numa performance arrojada e técnica, foi recuperando posições rapidamente, fazendo belas ultrapassagens e coroando sua melhor corrida no campeonato, pelo menos em termos de velocidade. No final, o terceiro lugar foi a recompensa da perseverança e coragem do piloto!

A Brabham também comemorou muito o 4º lugar de John White. Mais uma vez John figurou entre os cinco primeiros e confirmou a boa fase, junto com a competitividade da Brabham no apertado traçado da pista. Fernando Tumushi, da Lotus, foi outro que andou sempre entre os ponteiros. Sofreu um acidente na metade da prova, mas mesmo assim chegou em 5º e garantiu mais alguns valiosos no campeonato.

Na briga pela liderança, Gamper via a diferença para Frizzo ir diminuindo aos poucos. Até que na 16ª volta, o piloto da BRM perdeu o controle no final da Pilgrim's Drop, rodou e bateu no guard-rail, abandonando a prova e deixando o caminho livre para Raoni assumir a ponta. Após o acidente, Raoni tinha uma boa vantagem para Dener Silveira, da Ferrari, e apenas administrou a corrida até vencer pela quinta vez consecutiva.

Felipe Gamper liderava o GP britânico, mas rodou e abandonou

Há de se ressaltar também a ótima fase de Dener Silveira. O piloto de Enzo Ferrari somou seu terceiro pódio consecutivo, com o segundo lugar, e de quebra está subindo constantemente na classificação do campeonato de pilotos. Otávio Silveira finalizou o GP britânico na sexta colocação, e viu Raoni aumentar a vantagem no campeonato para 13 pontos. Alex Bacaro, mesmo com poucos treinos, conseguiu um 7º lugar que lhe rendeu 4 pontos. Ricardo Ramos foi o único representante da Eagle, que mostrou não ter um chassis muito apropriado para a pista, e finalizou em 8º.

Bruno Saboia sofreu com a falta de agilidade da BRM e terminou em 9º. Tio Italo também penou pelo mesmo motivo, mas conseguiu salvar um pontinho para a japonesa Honda. O estreante da noite Helerson Maciel, da Cooper, correu como manda o regulamento: com consistência e consciencia. Foi premiado por ter chegado ao fim da corrida, em 11º, quase marcando pontos.

Thiago Lemos se destacou pela ótima recuperação e pelas diversas ultrapassagens, chegando ao pódio

Além de Felipe Gamper, a BRM também sofreu outro abandono, com Sérgio Henrique, que retornou a categoria, mas não levou muita sorte e saiu da prova logo no início. Confira os resultados finais da prova:

1 Raoni Frizzo Lotus BRA 28 45m10.527s
2 Dener Silveira Ferrari BRA 28 45m51.546s 41.019s
3 Thiago Lemos Brabham BRA 28 46m14.454s 1m03.927s
4 John White Brabham BRA 28 46m20.556s 1m10.029s
5 Fernando umushi Lotus BRA 28 46m22.414s 1m11.887s
6 Otavio Silveira Lotus BRA 28 46m39.955s 1m29.428s
7 Alex Bacaro Ferrari BRA 27 46m26.712s 1 lap(s)
8 Ricardo Ramos Eagle BRA 26 45m14.639s 2 lap(s)
9 Bruno Saboia BRM BRA 26 45m47.189s 2 lap(s)
10 Tio Italo Honda BRA 26 46m02.387s 2 lap(s)
11 Helerson Maciel Cooper BRA 25 45m19.536s 3 lap(s)
12 Felipe Gamper BRM BRA 16 25m52.381s 12 lap(s)
13 Sérgio Henrique BRM BRA 2 3m49.700s 26 lap(s)

Acompanhe abaixo o vídeo com os melhores momentos da corrida, feito por Ricardo Ramos:


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Equipe Cooper promove mais uma estréia na temporada

A corrida de Brands Hatch contará com mais um novo competidor no campeonato. E mais uma vez cabe à equipe Cooper a missão de reservar um carro para um piloto estreante. Helerson Maciel assinou com o time inglês para fazer sua primeira corrida no próximo domingo, dia 12.

Curiosamente, esta não é a primeira vez na temporada que o time de John Cooper dá uma chance a um piloto novato. Outros nomes que hoje são destaque na liga também iniciaram suas carreiras no modesto time, como Raoni Frizzo, em 2007, e neste ano, Felipe Gamper, Ha Maha e Fernando Tumushi. Segundo o chefe de equipe, a estratégia é lucrativa, e rende bons resultados.

A Cooper mantém a tradição de revelar bons talentos, e assim consegue bons resultados

"Nossa missão é de sempre dar oportunidades aos iniciantes, e com isso procuramos também revelar novos talentos. Com isso, conseguimos ocasionalmente beliscar bons resultados. Depois, cabe a eles decidirem se continuam pilotando para a gente ou se pretendem tentar a sorte em uma equipe mais poderosa", comenta.

A prova de que a tática é realmente válida é confirmada pelo desempenho dos pilotos. Em Rouen, no ano passado, Raoni Frizzo só não chegou ao pódio na sua estréia por problemas mecânicos. Neste ano, Felipe Gamper levou a equipe a vitória logo na etapa de abertura da temporada, em Kyalami. Ha Maha também fez bonito e chegou em segundo lugar em Laguna Seca. E, por fim, Fernando Tumushi também foi outro que beliscou o pódio com a equipe inglesa, ao chegar em terceiro na etapa de Rouen desse ano.

Já o estreante Helerson faz questão de manter um discurso "pés no chão", e apenas quer ter uma estréia tranqüila. "Pretendo antes de tudo chegar ao fim da prova e andar num ritmo constante, o que já está ótimo para uma estréia. Aos poucos vamos ganhando experiência e evoluindo", analisou. Será que teremos mais um novato de destaque?

Vale lembrar que, no meio de tantos novatos, a equipe possui um contrato milionário com o atual campeão Ico Oliveira, que se ausentará de Brands Hatch, mas tem sido um dos responsáveis pelo desenvolvimento do time na temporada e sempre busca na experiência bons resultados para os carrinhos verdes (nem sempre verdes) de John Cooper.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Melhores momentos - GP de Monza (16ª etapa)

Confira no vídeo abaixo os melhores lances da última etapa realizada pela GPL Brasil, disputada no lendário circuito italiano de Monza. A corrida foi válida pela 16ª etapa do campeonato, de um total de 22.

A produção do vídeo é de nosso movie maker oficial, mestre Ricardo Ramos! Confira:

Título em jogo: Brands Hatch – Race of Champions.

O último Grande Prêmio, disputado no circuito de Monza, foi palco de uma batalha que proporcionou grandes emoções ao público presente no autódromo italiano.

No momento em que o diretor de prova baixou a bandeira verde, o novato Dener Silveira, pilotando seu Ferrari na casa da Scuderia, saltou da segunda fila, para ser o ponteiro da competição, provando que definitivamente é o grande destaque da segunda metade do campeonato.


Dener lidera desde o início em Monza.

Questionado sobre seu estilo de pilotagem, o competidor declara:

- Sei que temos muito a melhorar, muitos times estão desconfiando de minha lealdade, mas ainda há tempo de convencê-los sobre o quanto meu trabalho é sério.

Depois de uma incrível recuperação, após ultrapassar o ferrarista Dener, o piloto da equipe Lotus, Raoni Frizzo venceu a corrida, e principalmente a disputa pessoal com seu companheiro de equipe Otavio Silveira, que tentou de todas as maneiras manter a liderança do campeonato, mas não consegui impedir a ascensão de Frizzo, campeão dos últimos quatro Grandes Prêmios.


Otávio Silveira pressiona Frizzo. Disputa caseira da Lotus

Faltando seis etapas para a conclusão da temporada do mundial de Formula 1 de 1967, a disputa pela liderança do campeonato fica cada vez mais acirrada.

A diferença entre os pilotos das equipes é de apenas três pontos, motivo de enorme satisfação ao chefe de equipe Colin Chapman:

- Desenvolvemos o melhor equipamento do ano, e os meus pilotos estão desempenhando um excelente trabalho. Tenho certeza de que seremos campeões.

A próxima etapa em Brands Hatch promete mais uma equilibrada disputa pelo título, e somente duas das próximas provas serão na Europa, garantia de grandes surpresas e novidades, já que o circo da F1 deve receber estreantes até o fim da temporada.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Raio X: Brands Hatch - Race of Champions


Já na sua reta final, o campeonato da GPL Brasil chega a sua 17ª etapa, que será realizada no próximo domingo, dia 12. Após uma prova bastante movimentada em Monza, um circuito de altíssima velocidade, agora é hora de testar a capacidade de adaptação e perícia dos pilotos no difícil circuito britânico de Brands Hatch.

Apesar de relativamente curto, o traçado de Brands Hatch reserva uma série de surpresas aos pilotos, com mutias curvas de baixa velocidade, poucos pontos de ultrapassagens, algumas tangências cegas e um relevo muito ondulado. Mais do que nunca, um bom acerto para as ondulações é o grande desafio por aqui. Além de todas essas dificuldades, o circuito apertado exige muita agressividade dos competidores, na busca de uma volta competitiva. Vamos conferir um raio-x da pista, com uma análise de suas retas e curvas:

As fortes ondulações da pista, como na reta dos boxes, dificultam o acerto dos carros para a corrida

Logo após a reta de largada/chegada, os pilotos encontram talvez o maior desafio da pista. A Paddock Hill Bend é uma curva para a direita em descida, feita em 2ª marcha. Mas os grandes dramas desta curva são a freda forte que a precede, com uma ondulação forte, e a tangência dela, que fica em um ponto cego. Qualquer errada na freada pode custar uma beijada no guard-rail.

Após a saída da primeira curva, os pilotos tem pouco tempo de aceleração, pois logo encontram o ponto mais travado da pista, a Druids, um fechadíssimo hairpin contornado em 1ª marcha. Após a reaceleração, contorna-se a Bottom Bend, e já saem para uma pequena reta, a Cooper Straight. Chegando em 3ª marcha os pilotos encontram a South Bank Bend, uma curva de raio muito longo (e difícil). É fundamental o piloto acertá-la, pois ela precede o melhor (e talvez único) ponto de ultrapassagem da pista.

A Paddock Hill Bend, primeira curva de Brands Hatch, é um dos maiores desafios para os pilotos, como vemos pela Ferrari de Alex Bacaro

A Pilgrim's Drop é o ponto mais veloz da pista, uma reta em forte descida no qual os pilotos chegam no final dela em 5ª marcha, com boas chances de arriscar uma ultrapassagem. A freada forte no final da reta traz os carros para uma seqüência de curvas para a direita, começando pela Hawtorne, seguida pela pequena reta Portobelle Straight, que leva à Westfield, uma curva cega feita em 2ª marcha.

A Dingle Dell é uma pequena seção reta com uma forte depressão, que leva para mais uma curva para a direita, a xará Dingle Dell Corner, feita também em 3ª marcha. Agora é hora dos pilotos voltarem a tangenciar para a esquerda! A Stirling's Bend dá início à parte final da pista e leva para uma pequena reta, que antecede a Clearways, uma curva traiçoeira de duas pernas, a última do circuito. Após isso, os pilotos pisam fundo na reta de chegada, em 4ª marcha, para completar uma trabalhosa volta.

Ponto mais veloz do circuito, a Pilgrim's Drop é uma reta em descida que pode proporcionar várias ultrapassagens

Como pode-se notar, Brands Hatch é um circuito bem mais difícil do que as aparências sugerem, exigindo total concentração do piloto e um carro muito bem acertado para lidar com o sobe-e-desce constante da pista. Promessa de uma corrida cheia de alternativas!

Gostou do circuito? Então acompanhe agora uma volta pelos 4216 metros da pista britânica. A pilotagem é de Raoni Frizzo, com uma Lotus 49.