sábado, 25 de outubro de 2008

Irmãos coragem

Rodriguez. Uma família mexicana como muitas outras, porém esta não pode ser considerada uma família comum. Um pai empresário e de boas posses, que tinha espírito aventureiro, com dois filhos entusiastas da velocidade. Pedro Natalio Rodriguez Quijada, pai de Ricardo e Pedro Rodriguez de la Vega, era um acrobata de motocicletas que sempre impulsionou seus garotos a se interessarem por velocidade e desta maneira eles entraram de cabeça no negócio.

Ricardo era o irmão mais novo desta família e já com 15 anos começou a correr em GP´s nos EUA. Riverside foi sua primeira “vítima”. Ricardo entrou e ganhou a prova surpreendendo a todos a bordo de um Porsche de 1,5 Litros. Pedro, por sua vez, com apenas 18 anos participou de sua primeira corrida importante em Le Mans. Queria ter corrido em dupla com seu irmão, mas como este tinha apenas 16 anos foi vetado por ser considerado muito jovem para tal tarefa. Era inegável que estes dois irmãos possuíam um talento inegável e que dentro em breve figurariam no mundo da velocidade mundialmente.

A precoce morte de Ricardo Rodriguez impediu uma carreira promissora. Ele estreou na F1 pela Ferrari em 1961, no GP de Monza

Dito e feito, ambos os Rodriguez chegaram a Fórmula 1, porém com históricos distintos. Pedro participou de 54 GP´s por 4 equipes: Ferrari, Lotus, Cooper e BRM; Estas duas em particular deram-lhe as únicas duas vitórias de sua carreira, Kyalami 67 pela Cooper e Spa 70 pela BRM.

Ricardo participou de 6 GP´s oficiais pela Ferrari marcando 4 pontos e num GP extra campeonato no recém inaugurado Autódromo Magdalena Mixhuca no México, sofre um acidente na Peraltada onde acaba falecendo com apenas 20 anos de idade. O destino de Pedro não seria diferente, pois em outro acidente, desta vez em Nosring na Alemanha, em 71, também perderia a vida.

Duas vidas e dois heróis locais. Nada mais justo que o autódromo local fosse rebatizado com o sobrenome daqueles que colocaram o país na história da fórmula 1. Sendo assim, falemos sobre o Autódromo Hermanos Rodriguez, casa do próximo Grand Prix da GPL Brasil em 2008.

Já Pedro Rodriguez venceu duas provas na carreira, fazendo sua última temporada, antes da morte, de BRM, em 1971

Construído e inaugurado em 1962 no local onde era um parque público na cidade do México, sua primeira participação na formula 1 foi justamente o supracitado GP que vitimou Ricardo Rodriguez. Entretanto, mesmo com a tragédia tornou-se evento fixo no calendário do mundial na década de 60, até em 1970 sair devido à constantes superlotações, que geraram diversos pontos de falta de segurança no circuito. Voltou à ativa em 1986, saindo novamente em 1992. Além da Fórmula 1, a Nascar, Champ Car, A1 GP e dezenas de outros campeonatos locais passaram por este circuito.

Em 1967 eram 5000 metros, hoje 4.438 metros separam a bandeira verde da linha de chegada neste sinuoso e ondulado circuito. Em suma Hermanos Rodrigues é um circuito complicado por natureza, pois fica situado a 2.285 metros do nível do mar, onde o ar torna-se rarefeito e complica tanto os motores quanto aos propulsores dos bólidos; Seu piso é sempre ondulado, pois existe uma peculiaridade no local onde foi construído, as placas tectônicas localizadas quilometros abaixo da superfície estão em constante movimentação, o que ocasionam as imperfeições da pista.

O ponto alto deste GP é a curva Peraltada, que traz para a linha de chegada. Inclinada, proporciona velocidades muito altas e não é atípico termos acidentes nesta curva. Além de Ricardo Rodriguez, Ayrton Senna em 1991 sofreu um acidente onde perdeu a traseira do carro e batendo na barreira de pneus acabou capotando. Algumas lesões e fortes dores acompanharam-no durante a prova. Em 88 Phillipe Alliot também sofreu um grave acidente logo após a saída da curva.

A primeira prova oficial da F1 no México foi em 1963. Jim Clark faturou, assim como na extra-oficial, em 1962!

Tentando evitar todos os perigos e superar os desafios desta prova mexicana os pilotos da GPL Brasil chegam para a prova neste domingo dia 26/10. Este ano diversos pilotos tem chance de subir ao degrau mais alto do podium. Felipe Gamper, Raoni Frizzo e Otávio Silveira são uma constante nas apostas para o 1º posto após a bandeirada. Quem vem se destacando e muito é Dener Silveira, agora de casa nova na equipe de Dan Gurney. Sempre muito rápido Dener planeja ser a surpresa do final de semana, mesmo cumprindo uma punição e largando da última fila. Correndo por fora vem Thiago Lemos, John White e o vitorioso da prova no ano passado, Rica Ramos.

A briga no campeonato é ferrenha em diversas posições e ficamos na expectativa da difícil prova em suas 25 voltas para vermos quem conseguirá, primeiro, sair ileso de Hermanos Rodrigues, e quem sairá triunfante deste dramalhão mexicano!

Texto escrito por Fernando Tumushi. Valeu Fernando!

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