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sábado, 12 de setembro de 2009

Raio-X: Hockenheimring 1967


As belas histórias e todas as variantes que o famoso circuito de Hockenheim teve você já conheceu, através da brilhante postagem do nosso colega Anderson Lopes. Agora, que tal conhecer detalhadamente cada curva dos 6817 metros da pista? Amanhã as máquinas da GPL Brasil vão ser colocadas à prova nas longas retas do motodrom, e a variante escolhida pela categoria é a de 1967. Um desafio a mais, com uma grande dose de perigo, visto que nesta época o traçado ainda não tinha as chicanes, implantadas para reduzir a velocidade dos carros, priorizando a segurança.

Falar que Hockenheim é um circuito velocíssimo seria uma certa redundância, mas quando se trata desta variante de 1967, o superlativo empregado é ainda mais adequado. Mesmo com a parte do Estádio, seção bem mais lenta da pista, a média de uma volta de qualificação chega a beirar os assombrosos 220 km/h (!).

Velocidade máxima! Hockenheim é considerado um dos autódromos mais velozes do mundo

Embora estreito e altamente perigoso, o traçado não possui muitas curvas, o que torna o seu aprendizado uma tarefa relativamente simples. Mas isso não é margem para ilusão. Ao piloto que quer extrair o máximo de potencial do seu carro e ser competitivo, não basta apenas sabê-lo. É preciso superar os limites, e ter uma dose a mais de coragem nas críticas frenagens ao final das longas retas.

Partindo do começo (obviamente) os pilotos cruzam a linha de chegada e enfrentam uma pequena reta, que abriga os boxes do circuito. Mesmo não sendo um ponto ideal, é uma alternativa às ultrapassagens, principalmente se o adversário da frente colaborar. Terminando a seção em terceira ou quarta marcha, os pilotos encontram a técnica Nordkurve, uma seção para a direita feita em segunda marcha. Acima de tudo, uma tangência perfeita dela é item crucial para uma boa volta, pois sair lançado para o primeiro longo retão significa uma enorme chance de ultrapassagem.

Pé cravado, e os pilotos passeiam por uma longa 'reta-curva' (by Galvão Bueno), onde há tempo de sobra para as ultrapassagens. A enorme seção levam os carros a atingirem facilmente os 310 km/h, até antes da freada da Ostkurve, considerada por muitos o maior desafio da pista. Ainda no retão, um local para a eterna homenagem ao ídolo mundial Jim Clark, em forma de memorial, devido ao seu falecimento neste circuito, em 1968.

Hockenheim presta sua homenagem ao genial Jim Clark, que morreu em uma corrida de F2, ao bater em uma árvore

A Ostkurve é uma seção de raio longo, para a direita, onde um mínimo erro pode arruinar toda uma corrida. Outro agravante é a dificuldade da frenagem, feita em curva, com os carros ainda em velocidades altíssimas. Além de toda a técnica e perícia, a coragem para frear no limite pode render alguns décimos de segundo. Feita em terceira marcha, a Ostkurve também é fundamental para desenvolver uma boa velocidade de entrada para a segunda longa reta, semelhante à primeira, mas menos complicada, por ser 'reta' mesmo, apenas com um leve desvio para a esquerda na sua metade. Aqui, os carros também ultrapassam sem problemas os 310 km/h de máxima.

A Ostkurve é o ponto mais técnico e desafiador de todo o traçado

Passada toda a seção de velocidade pura, é hora de entrar no famoso Estádio, que abriga uma série de curvas lentas, mas nem por isso menos desafiadoras. A primeira delas é a Agipkurve, feita para a direita em segunda marcha, também bastante técnica, por ser precedida de uma longa reta. Sua principal dificuldade é a forte frenagem. Logo após uma rápida reta, o ponto mais lento da pista. A Sachskurve é um hairpin contornado para a esquerda - a única curva de fato para a esquerda em todo o circuito - feito em 1ª marcha.

A Agipkurve dá início à parte mais lenta da pista, também conhecida como Estádio

Após a saída do grampo, há tempo para despejar rapidamente a potência do motor na chicane que leva à Südkurve, outra parte bem técnica e bem diferente do resto do traçado. Feita em primeira ou segunda marcha, a grande característica desta curva é ela possuir duas pernas para a direita, o que exige dos pilotos precisão na sua entrada e um bom controle da aceleração, para não comprometer a saída dela e, por tabela, o embalo para a reta de chegada, que inicia mais um giro pelo veloz autódromo.

Depois de toda a teoria, nada melhor que ver toda a explicação em pista. O vídeo abaixo mostra uma volta completa na pista. Quem nos dá a carona é o piloto Raoni Frizzo, à bordo da Lotus 49. Confira e divirta-se com o belo cenário alemão!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Raio-X: Mexico


Após bancarem o melhor estilo "Rick Mears", os pilotos da GPL Brasil encerraram suas atividades no oval de Indianápolis e agora partem para um diferente, mas nem por isso menos complicado, desafio. No próximo domingo, dia 26, será disputada a 19ª etapa da temporada 1967. Ainda na América, os competidores desembarcam no México, onde correrão no autódromo da capital do país, Cidade do México.

Muito seletivo, o traçado mexicano privilegia um carro muito estável e os bólidos mais leves. Boa notícia para os pilotos de Brabham, Ferrari e Cooper, que seguirão mais de perto as poderosas Eagle e Lotus. Já os pilotos da Honda e da BRM vão ter que se virar para manterem seus peso-pesados na pista pelos 5000 metros do autódromo. Sinuosa, com curvas de baixa velocidade e uma longa reta, ultrapassar aqui não é tarefa tão fácil assim. É o que vamos mostrar melhor numa análise mais detalhada da pista:

Maior desafio da pista, a Primeira Chicane pode causar muitos acidentes durante a corrida

A volta inicia na longa Reta dos Boxes, caracterizando o melhor ponto de ultrapassagem da pista. Porém, a manobra só é segura caso o competidor complete a ultrapassagem antes freada para a Primeira Chicane, muito diferente das habituais. Ela é iniciada com um raio longo para a direita em freada até ir fechando cada vez mais, levando a uma rápida perna para a esquerda. Sem dúvidas o ponto mais desafiador do circuito, onde qualquer erro de frenagem pode custar um acidente ou uma rodada.

Após a chicane inicial, uma pequena reta leva os carros a uma Segunda Chicane, também bastante diferente do convencional, com uma perna mais longa para a esquerda, seguida por uma seção bem mais fechada para a direita. Contorná-la bem pode ser fundamental para tentar passar seu adversário na freada para o Hairpin, ponto mais lento da pista, feito em 1ª marcha. após o grampo, uma Terceira Chicane, esta mais simples que as demais, leva os pilotos para um dos pontos-chave para uma boa volta.

Lugar mais lento da pista, o Hairpin pode ser uma alternativa para as ultrapassagens

Os Esses são uma seqüência de curvas para a direita e para a esquerda, feitas em 2ª e 3ª marchas. Aqui um bom acerto do carro é decisivo para o piloto buscar uma volta rápida. Conhecer o traçado também é fundamental, pois ao errar uma das curvas, toda a seqüência restante pode ser comprometida.

Finalizados os Esses, é hora de chegarmos a uma das curvas mais famosas, a Peralta (ou Peraltada). Feita em 3ª marcha, é uma longa tangência para a direita, com uma notável inclinação, proporcionando vários traçados. Alguns pilotos a preferem contornar mais próxima da linha interna possível, outros preferem "alargar" a entrada numa tentativa de sair mais lançado para a Reta dos Boxes. de qualquer maneira, saber contorná-la bem é item obrigatório para buscar uma ultrapassagem no retão.

Contornar bem a Peralta é importante para tentar ultrapassar na Reta dos Boxes

Curioso para conhecer a pista? Então curta uma volta pelo divertido traçado de carona com o piloto Raoni Frizzo, a bordo de uma Cooper T81b. A trilha sonora que acompanha o vídeo é da banda local, "Los Straitjackets", com a música "Chica Alborotada".