quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

John White encerra a temporada com mais uma vitória da Eagle


A temporada 2008 do Mod 1967 da GPL Brasil não poderia ter terminado de forma melhor para a Eagle. A equipe de Dan Gurney viu seu piloto revelação John White brilhar mais uma vez e faturar a última prova do campeonato, no circuito argentino de Rio Cuarto. Com o triunfo, esta foi a terceira vez consecutiva que o time norte-americano ficou no lugar mais alto do pódio, consolidando a notável evolução na segunda metade do ano!

Com um grid razoavelmente cheio, e pilotos tentando mostrar bastante serviço para a temporada 2009, a corrida foi uma seqüência de manobras arrojadas e pilotos andando no limite, além de boas surpresas. O campeão antecipado Raoni Frizzo venceu nos treinos uma batalha equlibradíssima contra seu companheiro de Lotus, Fernando Tumushi, e cravou mais uma pole na carreira. Confira os tempos do grid de largada:

Pos No Driver Team Nat Time Diff Laps
1 17 Raoni Frizzo Lotus BRA 1m11.696s 10
2 8 Fernando Tumushi Lotus BRA 1m11.738s 00.042s 11
3 10 John White Eagle BRA 1m12.334s 00.638s 12
4 3 Renato Mesa Cooper BRA 1m12.744s 01.048s 10
5 15 Ricardo Ramos Eagle BRA 1m13.072s 01.376s 11
6 7 Thiago Lemos BRM BRA 1m13.925s 02.229s 9
7 12 Sérgio Henrique Ferrari BRA 1m14.145s 02.449s 11
8 11 Otavio Silveira Lotus BRA 1m14.352s 02.656s 10
9 18 Raul Costa Honda BRA 1m14.638s 02.942s 12
10 9 Tio Italo Brabham BRA 1m14.773s 03.077s 7
11 6 Hamilton Amorim Honda BRA 1m14.854s 03.158s 11
12 14 Eduardo Gaensly Brabham BRA 1m15.050s 03.354s 8
13 16 Rodrigo Nascimento Cooper BRA 1m15.474s 03.778s 10
14 2 Mateus Damiani Cooper ITA 1m18.392s 06.696s 8

Eduardo Gaensly terminou 2008 em grande estilo, com um lugar no pódio!

Mas todo o favoritismo da Lotus foi por água abaixo em questão de poucos minutos. Logo na largada, Raoni se envolveu em um acidente na primeira curva. Já Fernando Tumushi se enganou nas contas do combustível e abandonou a prova logo no segundo giro, quando estava liderando. Com tantas trapalhadas, John White se aproveito dos vacilos dos oponentes e logo assumiu a ponta.

Um dos destaques da prova, Renato Mesa voltou à categoria pilotando pela Cooper, e deu um verdadeiro show para o público. Em uma rodada de John, ele assumiu incrivelmente a liderança e mantinha um ritmo forte. Mas a alegria da modesta equipe durou pouco. Alguns erros o tiraram da liderança e o fizeram perder algumas posições, ficando fora da briga pela vitória.

Já se recuperando dos infortúnios iniciais, Raoni Frizzo fazia uma corrida agressiva e arriscada, já que o resultado não influenciaria mais no seu campeonato. E o que se viu foi um show de voltas rápidas, e de rodadas também. Na segunda metade da prova, o campeão chegou a ultrapassar John e assumir a liderança, mas um erro logo na volta seguinte o fez cair novamente para o segundo lugar. Voltou a se aproximar do líder, mas não foi o suficiente para incomodá-lo no final da prova.

Campeão antecipado, Raoni Frizzo foi combativo durante toda e prova e corrou o bom ano com um 2º lugar no encerramento da temporada

Falando em líder, John White mostrou mais uma vez porque é considerado uma das revelações do ano. Após a rodada no começo da prova, o piloto da Eagle praticamente não cometeu mais erros, seguiu num ritmo constante e firme para conquistar sua segunda vitória no ano, para delírio do chefe de equipe, que não poupou elogios ao seu piloto. "John é um piloto espetacular! Hoje ele provou mais uma vez que sabe como agir diante da pressão e administrar uma corrida. Correu com a cabeça no lugar, foi seguro e nos deu mais uma vitória.", comentou.

Junto com o vencedor, o grande destaque da prova foi o experiente Eduardo Gaensly. O fiel piloto da Brabham mostrou porque ainda é um dos competidores mais respeitados do grid e, após largar em 12º, chegou numa impressionante 3ª colocação, e ratificando o 4º lugar no campeonato. Renato Mesa confirmou a boa reestréia finalizando em quarto lugar. O vice-campeão Otávio Silveira ganhou algumas posições durante a corrida e fechou o top-5.

Ricardo Ramos voltou a freqüentar o pelotão da frente e terminou em sexto, mas em alguns momentos da prova chegou a andar em segundo lugar. Thiago Lemos, mesmo com a fraca e pesada BRM, deu trabalho para a concorrência e fechou numa boa sétima colocação. Colocando mais uma Brabham na zona de pontuação, Tio Italo fechou o GP argentino em 8º. O estreante Rodrigo Nascimento conseguiu logo de cara seus primeiros pontos na categoria, ao terminar em nono lugar. E Hamilton Amorim fechou a zona de pontos, levando sua Honda ao décimo posto. Sérgio Henrique, Raul Costa, Fernando Tumushi e Mateus Damiani abandonaram a prova. Veja abaixo em detalhes a classificação final do GP:

John White fez mais uma corrida impecável e venceu pela segunda vez na carreira

Pos No Driver Team Nat Laps Race Time Diff

1 10 John White Eagle BRA 36 44m13.253s
2 17 Raoni Frizzo Lotus BRA 36 44m17.114s 03.861s
3 14 Eduardo Gaensly Brabham BRA 36 45m02.804s 49.551s
4 3 Renato Mesa Cooper BRA 36 45m20.080s 1m06.827s
5 11 Otavio Silveira Lotus BRA 35 44m20.449s 1 lap(s)
6 15 Ricardo Ramos Eagle BRA 35 44m22.037s 1 lap(s)
7 7 Thiago Lemos BRM BRA 35 44m30.889s 1 lap(s)
8 9 Tio Italo Brabham BRA 35 44m45.325s 1 lap(s)
9 16 Rodrigo Nascimento Cooper BRA 35 45m24.872s 1 lap(s)
10 6 Hamilton Amorim Honda BRA 34 44m26.823s 2 lap(s)
11 12 Sérgio Henrique Ferrari BRA 31 39m26.600s 5 lap(s)
12 18 Raul Costa Honda BRA 5 6m29.531s 31 lap(s)
13 8 Fernando Tumushi Lotus BRA 1 1m16.769s 35 lap(s)
14 2 Mateus Damiani Cooper ITA 1 2m05.572s 35 lap(s)

Melhor Volta: Raoni Frizzo 1m11.819s (29)

Com o encerramento do campeonato, os pilotos terão um período de descanso de provas oficiais até o início de janeiro, quando será disputado a temporada 2009 do Mod 1965, que promete ainda um maior equilíbrio entre carros e pilotos. Promessa de fortes emoções!

Em breve, o vídeo com os melhores momentos da corrida.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sai Mount Panorama, entra Rio Cuarto

Após uma série de pendências envolvendo a realização da última etapa da temproada no circuito de Mount Panorama, na Austrália, a organização da GPL Brasil encerrou as negociações com o montanhoso circuito e confirmou oficialmente a tranferência de autódromo para a realização da prova.

Após uma série de análises e testes por parte dos organizadores da liga, ficou definido que a derradeira etapa da competição será disputada no outro lado do planeta, mais precisamente na Argentina, no autódromo de Rio Cuarto. Toda essa mudança não adiou a realização da prova, que continua confirmada para o próximo dia 07 de dezembro, fechando assim a temporada 2008.

Essa decisão fará com que os pilotos se preparem para um circuito de características muito diferentes do que esperavam encontrar em Mount Panorama, uma pista de média distância, com muitas alterações no seu relevo e curvas extremamente complicadas. Já Rio Cuarto possui características mais simples, com um traçado curto, de fácil adaptação, um relevo plano e longas áreas de escape, o que permite que um erro de um piloto não custe muito caro.

Porém, toda essa facilidade pode fazer com que muitos carros andem juntos, tornando cada décimo de segundo precioso. Logo, um bom acerto dos bólidos será um item fundamental para um bom desempenho em terras sulamericanas. Os testes começam ainda nessa semana. Raoni Frizzo, campeão antecipado da temporada, comenta sobre o autódromo. "Sem dúvidas é uma pista simples e muito divertida de guiar. O mais interessante é que é possível ir cada vez mais buscando seu limite e pilotar com bastante agressividade. Acho que isso na qualificação pode ser importantíssimo para um bom lugar no grid, já que a largada pode ter confusões, com uma reta estreita e um grampo bem fechado no início. Vamos ver o que podemos fazer por lá!", comenta.

Uma coisa é certa. Todos vão dar o seu máximo e querem fazer bonito no encerramento do ano para, quem sabe, chamar a atenção dos times grandes para 2009.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Dener vence em Le Mans e Raoni Frizzo é o novo campeão da GPL Brasil


Após uma espera de quase 9 meses e 21 corridas, a GPL Brasil finalmente conheceu o seu campeão da temporada 2008 do Mod 67. Precisando apenas de 1 ponto para se sagrar o novo campeão, Raoni Frizzo conquistou mais do que o necessário para levantar a taça. Mesmo abandonando a corrida, o piloto da Lotus conquistou o 8º lugar, somando mais três pontos na classificação geral, e matematicamente garantiu o troféu da temporada. Mesmo que não tivesse pontuado, o vice-campeão do Mod 65 faturaria o caneco, pois seu companheiro de equipe, Otávio Silveira, precisava vencer para se manter na briga, mas não foi além de um 4º lugar na etapa francesa de Le Mans Sarthe, em um belo cenário noturno, novidade na categoria.

Além da definição do campeão, o tradicional circuito também colocou no hall dos vencedores da liga um novo nome. Dener Silveira finalmente deixou o azar e as confusões de lado, e correndo com muita perícia conquistou a sua primeira vitória na carreira. Tal feito comprovou a excelente fase da Eagle, que venceu a segunda corrida seguida, e de quebra conseguiu desta vez a sua primeira dobradinha na temporada, já que John White, vencedor em Interlagos, chegou em segundo.

Dener comemora a tão sonhada primeira vitória da carreira

Desde os testes coletivos nos dias anterioes a corrida era nítida a extrema superioridade dos carros de Dan Gurney, que não davam chance à concorrência nas enormes retas de Le Mans. Esse favoritismo foi também confirmado no treino classificatório, com a equipe dominando a primeira fila. Veja o grid completo:

Pos No Driver Team Nat Time Diff Laps
1 8 Dener Silveira Eagle BRA 3m18.525s 4
2 14 John White Eagle BRA 3m19.790s 01.265s 4
3 3 Raoni Frizzo Lotus BRA 3m21.240s 02.715s 4
4 11 Fernando Tumushi Lotus BRA 3m21.315s 02.790s 4
5 10 Otavio Silveira Lotus BRA 3m23.428s 04.903s 2
6 17 Sérgio Henrique Ferrari BRA 3m24.158s 05.633s 5
7 18 Eduardo Gaensly Brabham BRA 3m26.251s 07.726s 2
8 2 Julio Silva Honda BRA 3m31.672s 13.147s 3
9 9 Ricardo Ramos Eagle BRA 3m34.098s 15.573s 3
10 16 Mario Bauer Brabham SUI No time No time 0
11 6 Hamilton Amorim Honda BRA No time No time 1
12 12 Mateus Damiani Cooper ITA No time No time 0
13 7 Thiago Lemos BRM BRA No time No time 0

Na largada, Fernando surpreendeu as Eagle e pulou para segundo, e começou a pressionar fortemente Dener. Mas o motor Cosworth logo abriu o bico e o deixou na mão na entrada do retão, fazendo-o perder várias posições. Raoni Frizzo também saiu forte e consegui ultrapassar John White, herdando a segunda posição, mas errou na disputa e se acidentou de forma bastante estranha antes da Mulsanne.

John White segue mostrando porque é um piloto de ponta, e dessa vez chegou em 2º lugar

Após os infortúnios das Lotus, a corrida ficou na mão da dupla da Eagle, que apenas controlou o ritmo da corrida para fazer a tranqüila dobradinha. Enquanto isso, Raoni, em um dia pouco inspirado, continuava a cometer erros e cruzou a primeira volta apenas na 11ª posição, quase um minuto atrás dos líderes! Otávio vinha fazendo o máximo possível com sua Lotus, guiando em terceiro.

Após algumas voltas, os carros foram se espalhando pela pista e alguns abandonos começaram a acontecer, o que favorecia cada vez o líder do campeonato. Até que a desistência de Thiago Lemos, estreando na BRM, garantiu de vez o objetivo de Raoni, que era finalizar a corrida entre os 10 primeiros colocados. Pouco depois, o campeão viria a ter problemas e também saiu da prova. Título definido, a corrida seguia seu curso, com um passeio das Eagle e uma disputa acirrada entre Otávio e Fernando pelo terceiro posto, que culminou com um acidente.

Uma nova rodada de Otávio fez fernando assumir definitivamente a tereceira posição, repetindo seu resultado de Interlagos, confirmando a boa fase e conquistando seu terceiro pódio no ano. O vice-campeão Otávio terminou em quarto, seguido de Eduardo Gaensly, que, embora numa corrida bastante solitária, soube tirar proveito dos problemas dos outros e levou sua Brabham a um excelente quinto lugar.

Raoni Frizzo conseguiu o suficiente para se tornar o novo campeão da GPL Brasil!

De volta a categoria, Hamilton Amorim foi a melhor Honda da prova, conquistando um bom sexto lugar. Julio Silva, também de Honda, seguiu os passos de seu companheiro de time e fechou em sétimo. O já citado Raoni, mesmo abandonando, garantiu o oitavo posto, à frente de um estreante, Mateus Damiani. O piloto novato passou toda a corrida aprendendo com sua Cooper, mas mesmo assim garantiu dois pontos com o 9º lugar. Fechando a zona de pontuação aparece Thiago Lemos, que mesmo com a desistência, não eixou a BRM passar em branco. Veja os números finais da corrida.

RACE RESULTS (After 13 laps)

Pos No Driver Team Nat Laps Race Time Diff
1 8 Dener Silveira Eagle BRA 13 43m36.131s
2 14 John White Eagle BRA 13 43m50.072s 13.941s
3 11 Fernando Tumushi Lotus BRA 13 44m40.183s 1m04.052s
4 10 Otavio Silveira Lotus BRA 13 44m45.722s 1m09.591s
5 18 Eduardo Gaensly Brabham BRA 13 45m31.591s 1m55.460s
6 6 Hamilton Amorim Honda BRA 12 45m54.725s 1 lap(s)
7 2 Julio Silva Honda BRA 12 46m38.337s 1 lap(s)
8 3 Raoni Frizzo Lotus BRA 6 21m28.721s 7 lap(s)
9 12 Mateus Damiani Cooper ITA 6 30m50.033s 7 lap(s)
10 7 Thiago Lemos BRM BRA 4 14m38.161s 9 lap(s)
11 9 Ricardo Ramos Eagle BRA 4 16m07.394s 9 lap(s)
12 17 Sérgio Henrique Ferrari BRA 1 3m39.613s 12 lap(s)
13 16 Mario Bauer Brabham SUI 0 0m00.000s 13 lap(s)

Com o campeonato definido, a GPL Brasil parte para sua última corrida daqui a duas semanas. Inicialmente a corrida estava prevista para o circuito australiano de Bathurst, Mount Panorama. Mas problemas contratuais com a organização estão ameaçando seriamente a realização do evento no montanhoso autódromo. Nos próximos dias a nova sede da derradeira etapa do campeonato pode ser anunciada.

Confira, o vídeo da prova com os melhores momentos de Le Mans Sarthe!



quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Radio Paddock - Últimas mudanças de equipe do ano

Durante a temporada, os pilotos, velhos e novos sempre mostram potencial, alguns entram em boa fase, outros entram numa fase de maus resultados, e as equipes sempre se mobilizam para contratar os melhores. No fim do ano não é diferente, com algumas visando já o carro para o ano que vem, e principalmente para as etapas de Le Mans Sarthe e Mount Panorama.

O maior destaque do fim de ano foi a Honda, que resolveu investir pesado e teve até que abrir um time B. Ricardo Carta está de volta depois de ser dispensado da Eagle, Hamilton Amorim está de volta também e integra o time japonês, que também pensa no futuro e contratou dois pilotos inexperientes: Julio Silva (que já correu em Interlagos) e Helerson Maciel, que após seus primeiros pontos foi contratado pela Honda.

Os boatos de que Thiago Lemos estaria negociando com a Honda naufragaram, pois a BRM foi mais ágil e contratou-o para desenvolver o carro para o ano que vem - alguns dizem que é um longo contrato. Essa transferência mexeu com o mercado, e a vaga na equipe italiada foi muito disputada. Melhor para Sérgio Henrique, que está de volta à equipe onde começou o ano. Alex Bacaro segue sendo uma aposta do Comendador, enquanto o veterano Raul Costa ainda negocia sua participação e é dúvida.

Bruno Saboia foi dispensado da Brabham por não comparecer a nenhum treino, e em seu lugar foi contratado Mario Bauer, que espera melhor sorte do que teve na Cooper. Tio Italo, em boa fase, e Edu Gaensly, homem de confiança de Sir Jack Brabham, permanecem na equipe

Aliás, a Cooper anda às moscas. O fraco motor Maseratti e o chassi defasado pode fazer a equipe nem comparecer a Le Mans. Seus pilotos Max Amaral e Luiz Henrique ainda não confirmaram presença.

Lotus e Eagle vivem períodos de estabilidade, mas em momentos distintos. Na Eagle, John White vem muito confiante após sua primeira vitória em casa, em sua terra natal, São Paulo. Já Rica Ramos e Dener Silveira tem tido péssimos resultados nas últimas três corridas e vêm com tudo nessa etapa, que privilegia o poderoso motor Weslake.

Na Lotus o clima é de decisão: Raoni Frizzo pode ser campeão antecipado neste domingo, bastando fazer um ponto ou torcer para que Otávio Silveira não vença, porém Frizzo teve problemas com seu chassi e a Lotus mandou fazer um novo, e pode nem participar da corrida. Otávio vive suas últimas esperanças no campeonato, atrás de duas vitórias e contando com esse problema com o líder do campeonato. Já Fernando Tumushi, vem de uma boa corrida em Interlagos, onde quase venceu, e continua atrás da sua primeira vitória, e vai cheio de confiança.

Neste domingo, os pilotos estarão no famosíssimo circuito de Le Mans Sarthe, na França. Uma novidade é que esta será uma etapa noturna. Os pilotos estão cheios de expectativas nesse novo desafio. Quem vai vencer? Eagle ou Lotus? Ou teremos uma surpresa?

sábado, 8 de novembro de 2008

Raio-X: Interlagos


Contagem regressiva! Faltando apenas 3 corridas para o encerramento da temporada 2008 do Mod 67 da GPL Brasil, os pilotos e suas máquinas já estão no autódromo de Interlagos fazendo seus ajustes finais para a corrida deste domingo, que pode ter um sabor mais especial ainda que as etapas anteriores.

Assim como na F1 real, o GP brasileiro pode definir o grande campeão da temporada. Com 26 pontos de vantagem, Raoni Frizzo precisa fazer 4 pontos a mais que seu companheiro de equipe, Otávio Silveira, para garantir a taça por antecipação já neste final de semana. Caso isto não ocorra, a decisão fica adiada para Le Mans. E nessa briga pelo título, o difícil e exigente traçado de Interlagos promete desgastar muito os pilotos, que, mais do que nunca, terão de contar com um carro extremamente acertado e equilibrado para superar a variedade de curvas da longa pista.

O longo Retão, no início da volta, é o melhor lugar para se realizar ultrapassagens

Mesclando longas retas, curvas de alta, curvas de baixa, curvas longas, subidas e descidas, o antigo traçado de Interlagos é conhecido como um dos mais completos do planeta, e adorado por vários pilotos. Vamos descobrir o porquê disso analisando com mais calma:

Logo após cruzarem a linha de chegada na Reta dos Boxes, os pilotos encontram logo de cara um grande desafio. A Curva 1, assim como a Curva 2, são seções de altas velocidades para a esquerda, onde a coragem e o arrojo do piloto pode fazer muita diferença. É essencial saber a hora certa da tangência para não compromoter o início da volta e entrar bem no Retão, o mais rápido e melhor ponto de ultrapassagem do circuito.

A Curva do Sol é a mais longa da pista, e feita em alta velocidade, importante para tentar uma ultrapassagem na reta seguinte.

No final do Retão, chegamos a uma freada forte para a Curva 3, feita para a esquerda e em 2ª marcha. Logo aparece a Junção, também feita para a esquerda, só que um pouco mais fechada. Uma pequena reta leva os carros para um dos pontos mais lentos da pista. A Ferradura é uma curva lenta em 180º, porém o seu diferencial é possuir um raio bem longo, o que pode dar trabalho para os pilotos.

Saindo da Ferradura, uma pequena descida precede a Subida do Lago, outra curva de raio longo, só que esta um pouco mais rápida, feita em 2ª marcha. Também é importante contorná-la bem, para levar a uma reta que pode proporcionar boas ultrapassagens, a Reta Oposta. Continuando a série de curvas de raio longo, os pilotos chegam para a maior delas, a Curva do Sol. Nela os pilotos entram em alta velocidade, em 3ª ou 4ª marcha, e saem rápidos para uma pequena seção reta, boa para ultrapassar, que leva para uma freada forte, chegando assim ao Sargento. Esta é uma curva fechada para a esquerda, que dá início ao trecho mais lento da pista.

O Bico de Pato é a seção mais lenta da pista, exigindo muita concentração dos pilotos

Contornada o Sargento, os pilotos encontram o Estacionamento, feito em 2ª marcha. Logo já chegam no Laranja, de baixa velocidade para a direita. Quase sem conseguir reacelerar, já damos de cara com o Pinheirinho, também em 1ª marcha, e aceleramos pouco até chegar ao ponto mais lento da pista. O Bico de Pato é uma das seções mais difíceis do traçado. Com um ponto de tangência complicado, ela é uma curva bastante fechada para a direita, encerrando a travada parte do miolo e dando início ao setor final da pista.

As últimas curvas são importantes para chegar com muita velocidade na Reta dos Boxes

Após cortornar o Mergulho, uma descida acentuada para a esquerda, os pilotos encotram o que é chamado, no traçado atual da pista, de Junção. Uma curva fechada para a esquerda, que é decisiva para entrar embalado para a Subida dos Boxes, que possui uma série de curvas extremamente rápidas para a esquerda (nem por isso tão simples), levando os pilotos para a linha de chegada e completarem os 7950 metros do seletivo traçado sul-americano.

Curioso para conhecer a pista? Então se aventure de carona na Ferrari de Thiago Lemos por todo o circuito.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Provável negociação?

Com o fim da temporada chegando, é natural as especulações ficarem mais acentuadas entre pilotos e equipes para a próxima temporada. Mas um boato em especial, tem chamado bastante a atenção no paddock nestas últimas semanas. O piloto Thiago Lemos, ex-Lotus e Brabham, atualmente na Ferrari, foi visto em algumas ocasiões treinando pela Honda, no circuito de Interlagos.

Com isso, surgem fortes rumores de que o constante piloto, com o 3º lugar já garantido nessa temporada, possa reforçar a equipe nipônica ainda nas duas provas restantes da temporada, Le Mans e Bathurst. Quando perguntado sobre a possível transferência, o piloto desconversa. "Este foi apenas um treino recreativo, no qual a intenção também é, com minha experiência, ajudar no desenvolvimento do carro para o ano que vem", conta. Embora tente despistar as especulações, o piloto tem sido fortemente apontado como centro de uma transferência milionária para a Honda.

Soichiro Honda, dono da equipe, não esconde o desejo de contar com os serviços do piloto. "Seria muito importante para nós termos um piloto do nível do Thiago. Com a experiência dele, creio que podemos evoluir mais o carro e nos tornarmos competitivos a médio prazo", analisou. Ele também não esconde o desejo de ver seu antigo piloto defendendo novamente o time: Raoni Frizzo. "Ele sempre foi muito prestativo quando esteve com a gente, na temporada 1965, e sabe que sempre terá as portas abertas, caso queira retornar um dia. Seria algo fantástico!".

Frizzo não descarta a possibilidade de voltar para a Honda, e disse que já até conversou com os diretores do time. "Há sim essa possibilidade do meu retorno, talvez não como piloto contratado, mas posso correr algumas corridas pela equipe para ajudar o desenvolvimento do carro. é legal trabalhar com eles, o clima na equipe é muito bom e bastante profissional. Vamos ver o que o futuro reserva para as próximas corridas".

Após uma temporada magra, parece que o time asiático não está para brincadeira e quer investir pesado para as próximas corridas. Será que os boatos se tornarão realidade?

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Haja champagne!

Com 19 etapas cumpridas de um total de 22 a serem disputadas, a temporada 1967 GPL Brasil está muito perto do seu desfecho, e cada vez mais perto de definir o seu campeão. Mas outro fato que está chamando a atenção nas estatísticas é o número de pilotos que já freqüentaram o pódio ao menos uma vez nessa temporada.

Isso mostra o forte equilíbrio entre os pilotos e também entre as equipes. Com exceção da Honda, todos os carros conseguiram completar ao menos uma corrida entre os três primeiros colocados. Mas até mesmo a Honda bateu na trave, com o quarto lugar de Raul Costa em Monza. Entre os pilotos, o número é ainda mais impressionante: 15 pilotos já tiveram o prazer de estourar o champagne após uma corrida, o que mostra o elevado nível técnico da competição.

A Honda é a única equipe que ainda não conseguiu ir ao pódio nessa temporada, mas ainda há tempo para isso...

Entre esses pilotos, Raoni Frizzo foi quem mais subiu ao pódio nesse ano, com 14 aparições. Otávio Silveira, companheiro de Raoni na Lotus, vem em segundo, com 11 presenças no pódio. Thiago Lemos é um dos que também merece destaque, chegando 9 vezes entre os três primeiros colocados. No caso de Thiago, uma curiosidade: nas nove oportunidades em que isto ocorreu, todas foram pela Brabham. Vale lembrar que o piloto capixaba já pilotou pela Lotus, e está agora em sua segunda passagem pela Ferrari nesse campeonato.

Felipe Gamper, Ricardo Ramos, Dener Silveira e John White são pilotos que também têm freqüentado a celebração pós-corrida ocasionalmente. E a "turma do pódio" ganhou um novo integrante nesta última corrida, no México. Tio Italo estreou pela Brabham fazendo uma corrida impecável, chegando em 3º lugar. Confira abaixo a lista de todos os pilotos que já subiram ao pódio nessa temporada.

14 pódios - Raoni Frizzo
11 pódios - Otávio Silveira
9 pódios - Thiago Lemos
5 pódios - Felipe Gamper
4 pódios - Ricardo Ramos
3 pódios - Dener Silveira
2 pódios - Ha Maha; John White
1 pódio - Eduardo Gaensly; Fernando Tumushi; Renato Mesa; Tio Italo; Alex Bacaro; Ico Oliveira; Leo Menegucci

Lembrando que a expectativa é que tenhamos surpresas nessas últimas etapas. Com 3 corridas em circuitos de caracaterísticas diferentes, a chance desta lista ganhar novos integrantes é boa.

Raoni pode ser campeão já em Interlagos

O piloto Raoni Frizzo pode se tornar campeão com duas rodadas de antecipação. O piloto paulista pode definir a briga interna contra o companheiro Otávio Silveira na próxima etapa, em Interlagos.

A vantagem que Frizzo possui é de 26 pontos (198 dele contra 172 de Silveira), e se deve a uma incrível seqüencia de seis vitórias seguidas e outros dois segundos lugares nas últimas oito etapas. Já Otávio, que não vence desde Hockenheim, amarga três resultados medianos, e está longe do primeiro colocado na tabela, e precisa vencer as três últimas etapas.

Raoni, aqui com o número 2, pode ser o número 1 já em Interlagos

Veja a matemática que pode definir o título em favor de Raoni Frizzo:

Raoni será campeão em Interlagos se abrir 4 pontos a mais que Otávio Silveira. Isso pode acontecer se:

- Raoni vencer, independente da posição que Otávio chegar;
- Raoni for 2º, e Otávio for 5º ;
- Raoni for 3º, e Otávio for 7º ;
- Raoni for 4º, e Otávio for 8º ;
- Raoni for 5º, e Otávio for 9º ;
- Raoni for 6º, e Otávio for 10º ;
- Raoni for 7º, e Otávio não pontuar ;

Em qualquer outro resultado, o campeonato será decidido em Le Mans ou Mount Panorama.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Felipe Gamper domina GP mexicano e vence no seu retorno à Cooper


Uma performance dominante e tranqüila de Felipe Gamper ditou o tom do GP do México, pela 19ª etapa da temporada 1967 da GPL Brasil. O veloz piloto, que pediu as contas na BRM e retornou à Cooper, venceu a corrida de ponta-a-ponta, numa atuação sólida e impecável, sem dar chance à concorrência.

A superioridade de Gamper foi tão visível que ele também dominou todas as ações também no treino qualificatório, fazendo a pole com uma larga vantagem sobre a Lotus do líder do campeonato, Raoni Frizzo. Otávio Silveira largou em terceiro, e John White, estreando pela Eagle, fechou a segunda fila, partindo do quarto posto. Confira abaixo os números completos do treino de classificação para o grid de largada:

Pos No Driver Team Nat Time Diff Laps
1 15 Felipe Gamper Cooper BRA 1m46.509s 8
2 9 Raoni Frizzo Lotus BRA 1m48.308s 01.799s 4
3 3 Otavio Silveira Lotus BRA 1m49.231s 02.722s 8
4 16 John White Eagle BRA 1m49.474s 02.965s 7
5 17 Ricardo Ramos Eagle BRA 1m50.194s 03.685s 7
6 10 Thiago Lemos Ferrari BRA 1m50.502s 03.993s 8
7 8 Raul Costa Ferrari BRA 1m51.537s 05.028s 9
8 6 Tio Italo Brabham BRA 1m51.541s 05.032s 6
9 11 Eduardo Gaensly Brabham BRA 1m52.960s 06.451s 6
10 18 Helerson M. Maciel Cooper BRA 1m57.474s 10.965s 7
11 2 Sérgio Henrique Honda BRA 1m57.738s 11.229s 7
12 14 Fernando Tumushi Lotus BRA 1m58.889s 12.380s 4
13 12 Dener Silveira Eagle BRA No time No time 2

Felipe Gamper recolocou a Cooper no caminho das vitórias, com uma performance impressionante

Na largada, Felipe Gamper arrancou muito forte e se manteve na liderança. Raoni Frizzo perdeu a vice-liderança para John logo na reta inicial, mas devolveu a ultrapassagem na freada para a primeira curva. Um acidente entre Otávio Silveira e John White, causou uma confusão na largada, envolvendo alguns carros, que rodaram na primeira curva.

Com isso, Raul Costa escapou bem dos incidentes e pulou para terceiro, logo atrás de Felipe e Raoni. Tio Italo foi outro que soube aproveitar os problemas da largada e ganhou várias posições, se firmando em quarto. Com Felipe disparando na frente, e Raoni mantendo o 2º posto de forma confortável, as principais movimentações da corrida ocorreram logo mais atrás, no pelotão intermediário. Uma série de acirradas disputas levantou o público mexicano, que vibrava com o arrojo dos pilotos.

Um dos grandes momentos da corrida foi a ultrapassagem de Italo, da Brabham, sobre Raul, da Ferrari. O piloto da escuderia italiana espalhou na entrada da primeira curva no início da volta, dando a oportunidade para Italo mergulhar e assumir a terceira posição, que manteria até o final das 25 voltas da corrida. Pela Eagle, John White e Dener Silveira faziam boa corida de recuperação, mas um acidente entre os companheiros de time tirou de ambos a oportunidade de brigar pelo pódio. White finalizou em 4º, e Dener abandonou a corrida, após receber punição da direção da prova mexicana.

Raoni Frizzo andou sozinho boa parte da corrida, e com o 2º lugar ficou muito perto do título

O já citado Italo foi a sensação da corrida. Após uma série de provas pela Honda, o experiente piloto assumiu a vaga de Thiago Lemos na Brabham e deu conta do recado. Conseguiu um pódio logo na sua corrida de estréia pelo time de Jack Brabham. Já Lemos, que voltou à Ferrari, parece manter a maré de azar que o acompanha na equipe italiana: acidentes, problemas e um razoável 7º lugar, que deixou os fãs do piloto cabisbaixos. Em todas as corridas pela Ferrari, o campeão da temporada 1965 sequer conseguiu um pódio. Em tempo: pela Brabham, ele já conseguiu 9 pódios nessa temporada!

Mesmo perdendo muito tempo com o acidente na largada, Otávio Silveira fez mais uma corrida forte de recuperação, e finalizou em 5º lugar. Porém, viu sua distância para Raoni aumentar ainda mais, ficando agora 26 pontos atrás na classificação geral, e vendo o título ficar mais longe. Após um ano longe da Ferrari, Raul Costa foi o melhor carro da equipe e conseguiu um boa 6ª colocação, mesmo com uma rodada no meio da corrida.

Tio Italo mostrou a que veio na Brabham, com um pódio logo na estréia pelo time. Alegria para Jack Brabham!

Eduardo Gaensly teve alguns problemas de rendimento com a Brabham, mas salvou três pontos com a oitava posição. Ricardo Ramos prometia para esta corrida, mas uma punição logo no início da prova tirou dele qualquer chance de brigar pelo pódio, ficando assim em 9º lugar. Fernando Tumushi, mais um que teve vários problemas e levou punição, não repetiu as boas últimas atuações, e fechou a zona de pontuação, em décimo. Helerson Maciel, da Cooper, mais uma vez bateu na trave, e não conseguiu seu primeiro ponto na categoria, ficando em 11º. Dener Silveira (Eagle), e Sérgio Henrique (Honda) abandonaram a corrida. Veja o resultado completo da corrida:

Pos No Driver Team Nat Laps Race Time Diff
1 15 Felipe Gamper Cooper BRA 25 45m28.494s
2 9 Raoni Frizzo Lotus BRA 25 46m03.611s 35.117s
3 6 tio italo Brabham BRA 25 46m58.973s 1m30.479s
4 16 John White Eagle BRA 25 47m12.585s 1m44.091s
5 3 Otavio Silveira Lotus BRA 25 47m14.005s 1m45.511s
6 8 Raul Costa Ferrari BRA 24 45m41.018s 1 lap(s)
7 10 Thiago Lemos Ferrari BRA 24 45m49.282s 1 lap(s)
8 11 Eduardo Gaensly Brabham BRA 24 46m29.958s 1 lap(s)
9 17 Ricardo Ramos Eagle BRA 24 46m52.229s 1 lap(s)
10 14 fernando tumushi Lotus BRA 24 47m01.535s 1 lap(s)
11 18 Helerson M. Maciel Cooper BRA 22 45m47.626s 3 lap(s)
12 12 Dener Silveira Eagle BRA 11 21m07.669s 14 lap(s)
13 2 Sérgio Henrique Honda BRA 9 18m26.339s 16 lap(s)

A próxima etapa acontece daqui a duas semanas, no próximo dia 9 de novembro, no circuito de Interlagos 1973. Caso consiga fazer quatro pontos a mais que Otávio, Raoni garante a taça por antecipação. Será que o GP brasileiro irá definir o campeão, assim como na F1 atual?

Confira o vídeo com os melhores lances da corrida. A produção é de Ricardo Ramos:


sábado, 25 de outubro de 2008

Irmãos coragem

Rodriguez. Uma família mexicana como muitas outras, porém esta não pode ser considerada uma família comum. Um pai empresário e de boas posses, que tinha espírito aventureiro, com dois filhos entusiastas da velocidade. Pedro Natalio Rodriguez Quijada, pai de Ricardo e Pedro Rodriguez de la Vega, era um acrobata de motocicletas que sempre impulsionou seus garotos a se interessarem por velocidade e desta maneira eles entraram de cabeça no negócio.

Ricardo era o irmão mais novo desta família e já com 15 anos começou a correr em GP´s nos EUA. Riverside foi sua primeira “vítima”. Ricardo entrou e ganhou a prova surpreendendo a todos a bordo de um Porsche de 1,5 Litros. Pedro, por sua vez, com apenas 18 anos participou de sua primeira corrida importante em Le Mans. Queria ter corrido em dupla com seu irmão, mas como este tinha apenas 16 anos foi vetado por ser considerado muito jovem para tal tarefa. Era inegável que estes dois irmãos possuíam um talento inegável e que dentro em breve figurariam no mundo da velocidade mundialmente.

A precoce morte de Ricardo Rodriguez impediu uma carreira promissora. Ele estreou na F1 pela Ferrari em 1961, no GP de Monza

Dito e feito, ambos os Rodriguez chegaram a Fórmula 1, porém com históricos distintos. Pedro participou de 54 GP´s por 4 equipes: Ferrari, Lotus, Cooper e BRM; Estas duas em particular deram-lhe as únicas duas vitórias de sua carreira, Kyalami 67 pela Cooper e Spa 70 pela BRM.

Ricardo participou de 6 GP´s oficiais pela Ferrari marcando 4 pontos e num GP extra campeonato no recém inaugurado Autódromo Magdalena Mixhuca no México, sofre um acidente na Peraltada onde acaba falecendo com apenas 20 anos de idade. O destino de Pedro não seria diferente, pois em outro acidente, desta vez em Nosring na Alemanha, em 71, também perderia a vida.

Duas vidas e dois heróis locais. Nada mais justo que o autódromo local fosse rebatizado com o sobrenome daqueles que colocaram o país na história da fórmula 1. Sendo assim, falemos sobre o Autódromo Hermanos Rodriguez, casa do próximo Grand Prix da GPL Brasil em 2008.

Já Pedro Rodriguez venceu duas provas na carreira, fazendo sua última temporada, antes da morte, de BRM, em 1971

Construído e inaugurado em 1962 no local onde era um parque público na cidade do México, sua primeira participação na formula 1 foi justamente o supracitado GP que vitimou Ricardo Rodriguez. Entretanto, mesmo com a tragédia tornou-se evento fixo no calendário do mundial na década de 60, até em 1970 sair devido à constantes superlotações, que geraram diversos pontos de falta de segurança no circuito. Voltou à ativa em 1986, saindo novamente em 1992. Além da Fórmula 1, a Nascar, Champ Car, A1 GP e dezenas de outros campeonatos locais passaram por este circuito.

Em 1967 eram 5000 metros, hoje 4.438 metros separam a bandeira verde da linha de chegada neste sinuoso e ondulado circuito. Em suma Hermanos Rodrigues é um circuito complicado por natureza, pois fica situado a 2.285 metros do nível do mar, onde o ar torna-se rarefeito e complica tanto os motores quanto aos propulsores dos bólidos; Seu piso é sempre ondulado, pois existe uma peculiaridade no local onde foi construído, as placas tectônicas localizadas quilometros abaixo da superfície estão em constante movimentação, o que ocasionam as imperfeições da pista.

O ponto alto deste GP é a curva Peraltada, que traz para a linha de chegada. Inclinada, proporciona velocidades muito altas e não é atípico termos acidentes nesta curva. Além de Ricardo Rodriguez, Ayrton Senna em 1991 sofreu um acidente onde perdeu a traseira do carro e batendo na barreira de pneus acabou capotando. Algumas lesões e fortes dores acompanharam-no durante a prova. Em 88 Phillipe Alliot também sofreu um grave acidente logo após a saída da curva.

A primeira prova oficial da F1 no México foi em 1963. Jim Clark faturou, assim como na extra-oficial, em 1962!

Tentando evitar todos os perigos e superar os desafios desta prova mexicana os pilotos da GPL Brasil chegam para a prova neste domingo dia 26/10. Este ano diversos pilotos tem chance de subir ao degrau mais alto do podium. Felipe Gamper, Raoni Frizzo e Otávio Silveira são uma constante nas apostas para o 1º posto após a bandeirada. Quem vem se destacando e muito é Dener Silveira, agora de casa nova na equipe de Dan Gurney. Sempre muito rápido Dener planeja ser a surpresa do final de semana, mesmo cumprindo uma punição e largando da última fila. Correndo por fora vem Thiago Lemos, John White e o vitorioso da prova no ano passado, Rica Ramos.

A briga no campeonato é ferrenha em diversas posições e ficamos na expectativa da difícil prova em suas 25 voltas para vermos quem conseguirá, primeiro, sair ileso de Hermanos Rodrigues, e quem sairá triunfante deste dramalhão mexicano!

Texto escrito por Fernando Tumushi. Valeu Fernando!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Raio-X: Mexico


Após bancarem o melhor estilo "Rick Mears", os pilotos da GPL Brasil encerraram suas atividades no oval de Indianápolis e agora partem para um diferente, mas nem por isso menos complicado, desafio. No próximo domingo, dia 26, será disputada a 19ª etapa da temporada 1967. Ainda na América, os competidores desembarcam no México, onde correrão no autódromo da capital do país, Cidade do México.

Muito seletivo, o traçado mexicano privilegia um carro muito estável e os bólidos mais leves. Boa notícia para os pilotos de Brabham, Ferrari e Cooper, que seguirão mais de perto as poderosas Eagle e Lotus. Já os pilotos da Honda e da BRM vão ter que se virar para manterem seus peso-pesados na pista pelos 5000 metros do autódromo. Sinuosa, com curvas de baixa velocidade e uma longa reta, ultrapassar aqui não é tarefa tão fácil assim. É o que vamos mostrar melhor numa análise mais detalhada da pista:

Maior desafio da pista, a Primeira Chicane pode causar muitos acidentes durante a corrida

A volta inicia na longa Reta dos Boxes, caracterizando o melhor ponto de ultrapassagem da pista. Porém, a manobra só é segura caso o competidor complete a ultrapassagem antes freada para a Primeira Chicane, muito diferente das habituais. Ela é iniciada com um raio longo para a direita em freada até ir fechando cada vez mais, levando a uma rápida perna para a esquerda. Sem dúvidas o ponto mais desafiador do circuito, onde qualquer erro de frenagem pode custar um acidente ou uma rodada.

Após a chicane inicial, uma pequena reta leva os carros a uma Segunda Chicane, também bastante diferente do convencional, com uma perna mais longa para a esquerda, seguida por uma seção bem mais fechada para a direita. Contorná-la bem pode ser fundamental para tentar passar seu adversário na freada para o Hairpin, ponto mais lento da pista, feito em 1ª marcha. após o grampo, uma Terceira Chicane, esta mais simples que as demais, leva os pilotos para um dos pontos-chave para uma boa volta.

Lugar mais lento da pista, o Hairpin pode ser uma alternativa para as ultrapassagens

Os Esses são uma seqüência de curvas para a direita e para a esquerda, feitas em 2ª e 3ª marchas. Aqui um bom acerto do carro é decisivo para o piloto buscar uma volta rápida. Conhecer o traçado também é fundamental, pois ao errar uma das curvas, toda a seqüência restante pode ser comprometida.

Finalizados os Esses, é hora de chegarmos a uma das curvas mais famosas, a Peralta (ou Peraltada). Feita em 3ª marcha, é uma longa tangência para a direita, com uma notável inclinação, proporcionando vários traçados. Alguns pilotos a preferem contornar mais próxima da linha interna possível, outros preferem "alargar" a entrada numa tentativa de sair mais lançado para a Reta dos Boxes. de qualquer maneira, saber contorná-la bem é item obrigatório para buscar uma ultrapassagem no retão.

Contornar bem a Peralta é importante para tentar ultrapassar na Reta dos Boxes

Curioso para conhecer a pista? Então curta uma volta pelo divertido traçado de carona com o piloto Raoni Frizzo, a bordo de uma Cooper T81b. A trilha sonora que acompanha o vídeo é da banda local, "Los Straitjackets", com a música "Chica Alborotada".

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Com sorte a favor, Raoni Frizzo vence em Indianápolis e segue firme na liderança


Muito equilíbrio, tensão, acidentes e um golpe de sorte. Assim foi o GP de Indianápolis, válido pela 18ª etapa da temporada 1967 da GPL Brasil. Quando tudo parecia caminhar para um retorno da Ferrari ao lugar mais alto do pódio, o poderoso motor italiano não resistiu ao esforço no circuito oval e entregou a vitória, que estava nas mãos de Dener Silveira, a Raoni Frizzo e sua Lotus-Cosworth, um conjunto que somou o sexto triunfo seguido e agora vai vendo as chances de título aumentarem ainda mais.

A qualificação rendeu uma surpresa. Mais rápido em todos os testes durante a semana, Dener Silveira foi surpreendido por uma volta voadora de Frizzo, que mostrou a força da Lotus e cravou sua 13ª pole-position na temporada. Dener partiu na segunda colocação, e o impressionante rendimento de John White colocou sua Brabham num excelente 3º posto no grid de largada. Confira a relação dos tempos da qualificação:

Pos No Driver Team Nat Time Diff Laps
1 17 Raoni Frizzo Lotus BRA 52.385s 15
2 15 Dener Silveira Ferrari BRA 52.537s 00.152s 20
3 11 John White Brabham BRA 52.902s 00.517s 12
4 3 Otavio Silveira Lotus BRA 52.976s 00.591s 18
5 6 Thiago Lemos Brabham BRA 52.998s 00.613s 14
6 8 Fernando Tumushi Lotus BRA 53.343s 00.958s 16
7 18 Alex Bacaro Ferrari BRA 53.454s 01.069s 16
8 10 Ricardo Ramos Eagle BRA 53.522s 01.137s 14
9 2 Eduardo Gaensly Brabham BRA 53.553s 01.168s 11
10 9 Tio Italo Honda BRA 54.819s 02.434s 8
11 12 Raul Costa Honda BRA 54.851s 02.466s 13
12 16 Sérgio Henrique BRM BRA 55.188s 02.803s 9
13 14 Helerson Maciel Cooper BRA 55.276s 02.891s 12
14 7 Caio Lucci Cooper BRA No time No time 0

Largada! Todos partiram com muita cautela nas primeiras curvas

Na largada, Dener partiu forte e assumiu a liderança. John White também saiu bem e assumiu a vice-liderança, mas ainda no primeiro giro da prova Raoni Frizzo o ultrapassou e conseguiu a 2ª colocação. Thiago Lemos também aproveitou a carona e pasou para 3º. Logo na primeira volta, Otávio Silveira rodou na Curva 3 e causou o primeiro acidente da prova. Ricardo Ramos não conseguiu desviar sua Eagle da Lotus rodada e bateu forte.

Após as primeiras voltas, as posições começaram a se estabelecer. Dener Silveira seguia na liderança, com Frizzo o perseguindo de perto, cerca de 1,5 segundo atrás. Um pouco mais atrás, Thiago sustentava a terceira posição, seguido de perto pelo companheiro John White. Fernando Tumushi vinha bem com a Lotus na quinta colocação. No pelotão intermediário, Alex Bacaro, da Ferrari, Eduardo Gaensly, da Brabham, e as combativas Honda de Tio Italo e Raul Costa faziam uma bonita disputa de posições.

A briga pela liderança continuava tensa volta a volta. Dener e Raoni viravam como um relógio, sempre com o piloto da Ferrari mantendo uma distância entre 1 a 2 segundos. Ora o piloto da escuderia italiana conseguia abrir um pouco de vantagem, ora o líder do campeonato reagia e chegava mais perto. O drama durou até a trigésima volta, quando na entrada da Curva 3 o propulsor Ferrari não aguentou todo o esforço que o traçado de Indianápolis exigia e explodiu, entregando a liderança de bandeja a Raoni Frizzo.

O motor ferrari de Dener Silveira explode após 30 voltas...

Após a quebra do motor, Dener nada pôde fazer para brigar pela vitória, terminando mais uma corrida na segunda colocação. Após o problema de Dener, Raoni poupou o equipamento de seu carro e seguiu firme até a linha de chegada para conquistar sua 10ª vitória na temporada e ampliar sua liderança no certame para 23 pontos sobre Otávio Silveira.

Mais uma vez Thiago Lemos e John White confirmaram a boa fase da Brabham, finalizando em 3º e 4º lugares, respectivamente. Bastante regular, Fernando Tumushi superou alguns problemas durante a prova e mais uma vez fechou o top-5. Otávio Silveira dessa vez não seguiu o ritmo dos líderes e ficou em sexto. Eduardo Gaensly sofreu com os acidentes durante a corrida e terminou em 7º. Tio Italo mais uma vez conquistou alguns pontos para a Honda com o oitavo posto. Sérgio Henrique, único representante da BRM na prova, salvou a honra do time inglês e garantiu dois pontos com a nona colocação. Fechando a zona de pontuação, Ricardo Ramos teve vários problemas e foi apenas o décimo com a Eagle. Alex Bacaro, Raul Costa e Helerson Maciel não completaram a corrida. Caio Lucci, em sua tentativa de retornar à categoria, não chegou a largar com sua Cooper. Abaixo, o resultado final da prova em detalhes:

...e a vitória ficou mais uma vez nas mãos de Raoni Frizzo e sua Lotus. Sexto triunfo seguido!

Pos No Driver Team Nat Laps Race Time Diff Problem

1 17 Raoni Frizzo Lotus BRA 50 44m31.079s
2 15 Dener Silveira Ferrari BRA 50 44m44.425s 13.346s
3 6 Thiago Lemos Brabham BRA 50 44m54.789s 23.710s
4 11 John White Brabham BRA 50 45m00.545s 29.466s
5 8 Fernando Tumushi Lotus BRA 49 45m08.747s 1 lap(s)
6 3 Otavio Silveira Lotus BRA 49 45m10.792s 1 lap(s)
7 2 Eduardo Gaensly Brabham BRA 49 45m23.186s 1 lap(s)
8 9 Tio Italo Honda BRA 47 44m46.470s 3 lap(s)
9 16 Sérgio Henrique BRM BRA 47 45m24.154s 3 lap(s)
10 10 Ricardo Ramos Eagle BRA 45 43m40.364s 5 lap(s)
11 18 Alex Bacaro Ferrari BRA 38 34m49.311s 12 lap(s)
12 12 Raul Costa Honda BRA 22 20m44.761s 28 lap(s)
13 14 Helerson Maciel Cooper BRA 11 11m11.456s 39 lap(s)
14 7 Caio Lucci Cooper BRA 0 DidNotStart 50 lap(s)

Confira alguns momentos de destaque da corrida no vídeo abaixo, mais uma produção do nosso movie-maker oficial, Ricardo Ramos. Confira!

domingo, 19 de outubro de 2008

Está chegando a hora!

Faltam poucas horas para um dos GPs mais aguardados da GPL Brasil. A corrida em Indianápolis deixa no ar uma dúvida: será que o campeonato conhecerá um novo vencedor, ou a vitória ficará entre o trio Raoni Frizzo - Otávio Silveira - Felipe Gamper?

Se levarmos em conta os treinamentos durante a semana, a missão dos três pilotos será duríssima, já que temos um equilíbrio muito grande entre os competidores, e muitas surpresas agradáveis ditando o ritmo no velocíssimo oval. Dener Silveira é uma delas. O jovem piloto mostrou ter encontrado um bom acerto com sua Ferrari e está conseguindo voltas execlentes, principalmente em qualificação. Fica a dúvida de como será o rendimento da Ferrari durante as 50 voltas da corrida.

Outra equipe que tem mostrado um ótimo serviço nos testes é a Brabham. John White, Thiago Lemos e Eduardo Gaensly estão tirando proveito da leveza do chassi do bólido da equipe para compensar nas curvas a falta de potência nas retas, aliado a um acerto muito bem equilibrado. Destaque para White, que tem assustado a toda concorrência com um ritmo extremamente rápido e constante em longas distâncias.

Eagle, Brabham e Lotus são favoritas á vitória em Indianápolis, junto com a Ferrari

A Lotus também mostra sua força. Apesar de contar com um chassi um pouco problemático em Indianápolis, Raoni Frizzo tem conseguido brigar pelos melhores tempos, tendo alguma dificuldade em ritmo de corrida. Fernando Tumushi e Otávio Silveira também estão andando forte entre os ponteiros, e estão mais do que no páreo para brigar pela vitória.

Outro time que merece uma certa atenção é a Eagle. Ricardo Ramos e Hamilton Amorim pouco treinaram durante a semana, mas mostraram o forte potencial do carro de Dan Gurney, já registrando em poucas voltas tempos competitivos. Mesmo com um motor forte, a Honda sofre com o pesado e problemático chassi nas curvas. Sendo assim, Tio Italo e Raul Costa apostam mais do que nunca na experiência de ambos e em um acerto seguro para poder surpreender na corrida de hoje a noite.

Já na BRM o clima é um misto entre confiança e apreensão. O carro não corresponde a altura dos rivais, e os pilotos estão tendo trabalho em ganhar mais velocidade. Felipe Gamper vem tirando tudo o que pode do pesado carro, conseguindo um ótimo desempenho entre os ponteiros. Sérgio Henrique e Bruno Saboia apostam na consistência para figurar na zona de pontuação, já que a corrida pode ter muitos acidentes.

Por fim, a Cooper espera apenas contar com um pouco de sorte e apostar na leveza do conjunto para beliscar alguns pontos. Helerson Maciel tem reclamado constantemente da falta de velocidade final do carro, mas tem um desempenho constante e aposta numa corrida burocrática, assim como em Brands Hatch, para ir ganhando posições.

Quem será que vai ganhar a tão badalada corrida? É o que saberemos logo mais, num teste de resistência e concentração, que vai durar 50 voltas. Façam suas apostas!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Raio-X: Indianapolis Motor Speedway


Na sua reta final, a temporada 2008 do Mod 67 da GPL Brasil chega a um de seus maiores e mais ilustres desafios. Os motores já estão roncando, e os pilotos se preparando para a tão aguardada corrida de Indianápolis, válida pela 18ª etapa da competição.

Mais do que nunca, as altas velocidades do lendário oval norte-americano vão premiar acima de tudo a regularidade dos pilotos e um carro bem acertado. Aliás, a configuração de setup tem deixado os competidores com muitas dores de cabeça. encontrar o equilíbrio ideal para os bólidos é uma tarefa árdua.

Para andar rápido em Indianápolis os pilotos andam quase "beijando" os temidos muros de concreto

Mas, embora possua apenas quatro curvas "teoricamente fáceis", andar aqui em Indianápolis requer muita habilidade e jogo de cintura dos pilotos. As inclinações do asfalto e os já famosos e temidos muros da pista não perdoam qualquer tipo de erro de pilotagem. É necessário ter uma pilotagem suave, mas ao mesmo tempo não aliviar no acelerador para não ficar pra trás. Vamos conferir uma análise mais detalhada do traçado.

Assim que cruzam a famosa linha de chegada com os "tijolinhos", os pilotos se aproximam a quase 310 km/h para contornar a Curva 1. Aqui a qualidade do acerto do carro é colocada a prova. Como os pilotos chegam muito embalados, eles precisam tirar bastante o pé do acelerador para não perder a tangênica. Caso contrário, farão companhia ao muro logo cedo.

Logo após a primeira curva, chegamos a Curva 2. Contorná-la corretamente é mais do que essencial para tentar uma ultrapassagem na reta oposta. Então, a maioria dos carros a contornam quase de pé embaixo, saindo a mais de 250 km/h para dispararem na reta e tentarem uma eventual ultrapassagem.

Ponto de grande dificuldade, a Curva 3 requer muita perícia e um carro bem acertado

Ponto crítico do traçado, a Curva 3 tem registrado o maior índice de acidentes nos treinos livres. A rápida desaceleração para poder fazê-la requer um ótimo controle do carro, que tende a sair muito de frente ou de traseira, dependendo do acerto de cada piloto. Passado o grande drama da pista, chegamos finalmente a Curva 4, a última do superoval. Semelhante a Curva 2, o segrdo aqui é saber dosar a celeração e sair embalado para a reta de chegada, para completar uma alucinante volta pelos 4023 metros de pura velocidade.

Quer ter a sensação de passar perto dos muros de Indianápolis? Então curta uma volta onboard pela pista, de carona com a Lotus 49 de Raoni Frizzo:


terça-feira, 14 de outubro de 2008

O surgimento do Templo Sagrado! Do início do século ao desembarque da GPL Brasil

A cidade de Speedway, no condado de Marion, estado de Indiana (EUA), possui velocidade no nome, contrastando com a pacata vida da cidade de cerca de doze mil habitantes, apontados pelo censo americano em 2000. Localizada a 7 kms da capital do estado, Speedway poderia ser mais uma cidadezinha norte americana perdida no mapa e tendo a agricultura como principal atrativo de sua existência. Seria, pois nesta cidade de 12,3 km² de área, existem 1300m² que chamam a atenção do mundo anualmente.

Indianápolis Motor Speedway teve seu início em 15 de março de 1909 quando os arquitetos Carl G. Fisher, James A. Alisson, F.H. Wheller e Arthur Newby tiveram a iniciativa de construir um circuito nesta região. A obra conclui-se em tempo recorde, sendo inaugurada em 12 de agosto do mesmo ano. A pista, cujo formato permanece até hoje, tinha seu pavimento feito de cascalho e piche.
Ray Harroun teve a glória de vencer a primeira Indy 500, em 1911

Seu primeiro evento foram 7 corridas de motocicletas da Federação americana de motociclistas (FAM), e a primeira vez que os automóveis adentraram o que iria se tornar um dos maiores templos do automobilismo, foi no final de semana seguinte em 19 de agosto. E o que seria uma celebração ao esporte à motor, transformou-se em tragédia com a deteriorização do pavimento causando diversos acidentes e 5 vítimas fatais.

Com este trágico incidente, Carl G. Fisher decidiu modificar o pavimento por completo de Indianápolis e para isso adquiriu cerca de 3,2 milhões de paralelepípedos, que serviriam para cobrir toda a área da pista, reabrindo somente em 1910.

O primeiro evento de 500 milhas que Indianápolis recebeu foi em 30 de maio de 1911. Com um espetacular público de 80 mil pessoas, que desembolsaram a formidável quantia de 1 dólar para ver o espetáculo, Ray Harroun completou os 804.672 km da primeira grande corrida do circuito com a média de 74.602 mph, equivalentes à 120.060 km/h. Ray inclusive fez seu feito ser ainda maior pois largou da 28º posição no grid de largada.

Agora é hora do super-oval americano receber as máquinas da GPL Brasil

De lá para cá, inúmeras mudanças aconteceram, milhares de recordes foram quebrados, várias categorias passaram por seus 4023 metros e o charme da pista continua, inclusive a linha de chegada que permanece de paralelepípedos, construída por C.Fisher no século passado.

Este ano a GPL Brasil desembarca no lendário autódromo americano, junto com as lendárias máquinas da fórmula 1 de 1967. Como os grandes eventos que passaram por lá durante a história, este domingo, dia 19 de outubro de 2008, tende a ser mais um dia a entrar para a história de Indianápolis. Pilotos como Raoni Frizzo, Felipe Gamper, Otávio Silveira, Dener Silveira, Thiago Lemos, dentre outros, irão ao limite para sagrar-se campeão de um dos eventos mais tradicionais do automobilismo. Quem será que irá levantar o troféu e beber o litro de leite neste ano?

Este magnífico texto é de autoria de nosso companheiro de GPL Brasil e corredor da Lotus, Fernando Tumushi. Valeu pela imensa contribuição, Fernando!