Mais do que uma simples vitória, o triunfo de Fernando Tumushi no GP de Albi pode representar uma reviravolta nas ações da 7ª temporada da GPL Brasil ou, ao menos, dar a dramaticidade necessária a qualquer decisão de campeonato.
Para o piloto da KAMF Racing, a conquista não representa apenas números, mas também a injeção de ânimo necessária para manter o atual líder da temporada, John White, na sua alça de mira. E, para isso, um triunfo no aeródromo era uma tarefa providencial. No final das ações no circuito, o competidor era só alegria.
"Obrigado a todos pelos parabéns e ofereço os mesmos parabéns a todos que participaram. A diferença (para John White) cai pra 10 (pontos) se o resultado se confirmar e ainda temos 4 provas para disputar. Espero que tenhamos um final disputado na última prova, pois tem sido boa a briga", comenta.
Porém, o que pode ser constatado, é que a vitória de Fernando pode ser dividida em uma série de atos que, somados, foram de grande utilidade para a sólida apresentação do vice-líder da temporada.
1º ato - Lotus: uma decisão ousada, porém acertada
Enquanto seus principais rivais apostavam no potencial de Brabham BT11 - com John White - e Ferrari - nas mãos de Raoni Frizzo e Thiago Lemos - o vencedor decidiu optar pelo equilibrado conjunto da Lotus, dono de um motor confiável e eficiente, somado a um chassi bem equilibrado, e parece ter acertado na mosca na sua escolha.
"Durante a semana corri visando um setup de corrida. Testei BT11 e Lotus, mas a Brabham nao rendeu o esperado, logo tive de gastar uma Lotus, mas foi o pulo do gato", vibra.
Fernando Tumushi lidera o pelotão após a largada em Albi: pole position providencial
2º ato - Uma pole position fundamental
É fato que em Albi, circuito com grandes áreas de escape e bons pontos de ultrapassagem, a posição de honra no grid de largada não é garantia alguma de sucesso no resultado final. Ao contrário da última prova em Zandvoort - este, um circuito bem mais travado e estreito - onde a pole de Raoni Frizzo foi item crucial para seu triunfo.
Mas, dado o equlíbrio enorme de forças entre os ponteiros durante todo o campeonato, largar da primeira posição passou a ser um interessante artifício em qualquer circuito. Embora não fosse decisiva, a atuação do piloto londrinense, ao marcar excelentes 1:14,48 no treino classificatório, foi de utilidade tremenda para se defender dos ataques da concorrência.
3º ato - Primeira volta e enroscos dos principais adversários
O que parecia ser um prenúncio de uma largada extremamente complicada se tornou, ao menos uma primeira volta de certo alívio. Depois de receber forte pressão de John White e conseguir resistí-la durante a primeira metade do giro incial da prova, Tumushi contou com um enrosco entre o líder do campeonato e Raoni Frizzo, terceiro no grid e determinado a assumir a segunda colocação. Um toque entre seus dois oponentes na Virage du Karting fez John rodar e perder posições, deixando-o longe de qualquer perspectiva de ataque pela liderança.
4º ato - Acidente caseiro entre pilotos da ThunderBird's
Após a movimentação da primeira volta, a liderança de Fernando não fora ameaçada de forma agressiva em momento algum, mas a presença de Raoni Frizzo próximo ao seu bólido dava indícios de que o líder da prova não teria sossego até o último dos 36 giros da prova, sempre com seu rival a uma distância na casa dos dois segundos.
Mas se o atual campeão do Mod 65 tinha alguma pretensão de incomodar o líder da prova, a ideia tratou de ser cortada antes mesmo da metade da corrida. E, pitorescamente, pelo seu colega e chefe de equipe, Joubert Amaral, ao encontrá-lo para colocar uma volta de vantagem. Os pilotos da ThunderBird's se desentenderam na tomada para a primeira curva do circuito e se tocaram. O saldo resultou na Ferrari de Frizzo rodando e indo visitar a proteção de feno, acarretando em um bom tempo perdido.
Uma corrida extremamente regular recolocou o piloto da KAMF com força na briga pelo título
5º ato - Consistência: a chave para o sucessoPode ser que todos os fatos narrados acima tenham contribuído para o resultado final em Albi. Mas inegável é o pensamento que, mesmo sem os acontecimentos anteriores, seria muito difícil algum piloto tirar das mãos do proprietário da KAMF o troféu de vencedor na etapa francesa. Principalmente por ele não ter cometido erros durante todas as voltas, haja visto que nas estatísticas pós-corrida figurou como o competidor mais consistente, além de ter efetuado a segunda melhor volta da prova.
"Desde Rouen/09 não me sentia tão seguro dirigindo um carro do GPL. Fiquei satisfeito em ter visto também que consgeui todas as voltas no asfalto e a melhor consistência da prova, fatos dificeis de acontecer visto o jeito que eu ando", comemorou o vencedor.
Um comentário:
Acho que o Tumushi acertou ao usar a Lotus. Até eu fui bem com o carro...
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