quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Grande Prêmio da Bélgica de 1967

Realizado duas semanas após o GP da Holanda, onde Jim Clark ganhou estreando o novo e revolucionário Lotus-Ford 49, e uma semana após Dan Gurney ganhar, também com a Ford, as 24 Horas de Le Mans, o GP Belga já tinha seus favoritos.

Dan Gurney e o chassis 104 da Eagle. Uma semana após ganhar as 24 Horas de Le Mans, o americano era um dos favoritos à vitória em Spa.

Os carros da temporada de 67 vinham mostrando ser muito mais rápidos que os da temporada anterior, e o veloz ciruito de Spa-Francorchamps seria o palco perfeito para tal confirmação. A pole de John Surtees em 1966 com a Ferrari tinha sido de 3:38, mas à medida que os pilotos começaram os testes ficou claro que esse tempo seria batido.

Jim Clark marcou a pole com a Lotus.
No começo da corrida, foi seguido por Stewart na BRM.

Jim Clark marcou uma volta em 3:28,1 (média de 244Km/h) e ficou com a pole, seguido por Dan Gurney, que estreava um novo chassi feito com ligas de magnésio e titânio, mais leve que os das Eagle anteriores. Graham Hill, companheiro de Clark, fez o terceiro tempo, seguido por Jochen Rindt (Cooper), Chris Amon (Ferrari) e Jackie Stewart (BRM). A falta de potência dos motores Repco deixaram as Brabham para trás. Jack Brabham conseguiu um bom vácuo em uma volta e largaria em sétimo, mas seu companheiro, Denny Hulme, apenas em décimo quarto.

A falta de potência das Brabham foi um problema no velocíssimo circuito belga.

Antes da largada, Hill teve que ir para os boxes trocar a bateria de seu carro e começou sua corrida praticamente meia volta atrás de todos. Clark, porém, não tinha problemas. Liderou a primeira volta e logo começou a abrir uma larga vantagem sobre Stewart, que vinha em segundo lutando com sua BRM, seguido por Gurney. Chegando ao fim da primeira volta, Mike Parkes teve um sério acidente com sua Ferrari, quebrando uma perna, um pulso e ferindo sua cabeça, acidente esse que acabou com sua carreira na F1. Seus companheiros da Ferrari ficaram chocados. Ludovico Scarfiotti decidiu abandonar as corridas após o GP, e Chris Amon precisou de um aviso dos pits dizendo que Parkes estava bem para se reanimar na corrida.

Largada! Clark lidera o pelotão pela famosa Eau Rouge, enquanto seu companheiro
espera a troca da bateria de seu carro.

Além de Parkes, John Surtees abandonou com sua Honda logo ao fim da primiera volta, parando nos pits da Ferrari para avisar a equipe sobre o acidente, e Chris Irwin também abandonou sua BRM.

Ao fim da Volta 12, Clark e Gurney entraram nos boxes, dando a liderança para Stewart. Clark teve que trocar uma das velas de seu motor, enquanto Gurney apenas gritou para a equipe que a pressão do combustível estava baixa. Ele continuou em segundo, mas estava 15 segundos atrás do escocês da BRM.

Jackie Stewart fez sua melhor corrida da temporada, conquistando o
segundo lugar com a problemática BRM.

Stewart fazia uma bela corrida, Dan Gurney não conseguia tirar a diferença, porém na volta 17 a BRM teve problemas com o câmbio e Jackie teve que dirigir o carro com uma mão e segurar a alavanca de cambio com a outra. Quatro voltas depois, Gurney tinha se aproximado perigosamente do escocês, passou-o e completou as 28 voltas da corrida na liderança, obtendo a vitória do Grande Prêmio. Stewart manteve-se na segunda posição, mais de um minuto atrás do americano, e Chris Amon completou o pódio, seguido por Rindt, Mike Spence, em outra BRM, e Jim Clark.

O americano Dan Gurney comemora sua vitória.

8 comentários:

Gray Fox disse...

Cara, essa do Stewart guiando com uma mão no volante e outra no câmbio é demais. Já tinha lido isso numa revista. Só um gênio mesmo. Imagina fazer a Eau Rouge desse jeito...

No posta está escrito que foi a primeira e única vitória de um carro americano na F1. Mas, pelo que eu sei, a Penske disputou e chegou a ganhar uma prova. Ou essa penske não era estado-unidense??

Anderson Lopes disse...

Edu, como sempre, fantástico o tópico!!!

Onyas, você tem razão. O problema que como a fabrica era na Inglaterra, acho que não foi considerada como vitória americana, mas vale o registro.

http://blogdomassi.blogspot.com/2008/01/histria-da-penske-na-frmula-1.html

Eduardo Gaensly disse...

Aí eu já não sei, mas posso mudar lá o "única" pra "primeira", ou deixar assim mesmo, pra gerar polêmica!
Afinal, polêmica sempre dá ibope.

Mas acho que é bem isso, o único carro construido nos EUA.

Raoni Frizzo disse...

Muito bom o post Edu!!

Incrível o feito do Stewart de dirigir com uma mão só. Ainda mais num circuito tão perigoso e técnico como Spa. O cara é um monstro!!!

E o Dan Gurney era um baita dum piloto! Era um que merecia demais ter ganhado pelo menos um título na F1. Sempre frequentou o bloco dos melhores!

Unknown disse...

pelo jeito foi uma corrida fantástica no real, com disputas e imprevistos, Stewart guiou como poucos (Stewart = Gamper? ) sabia que ele tinha feito uma grande corrida, mas não tinha tanto ciência de que ele poderia ter até ganho.

Outro fato um tanto curioso, ao menos se comparado com os padrões do GPL: Jocken Rindt em 3º no grid com uma Cooper. Por outro lado, sempre achei ilógico a Brabham no GPL sendo mais rápida que a Honda (o menos potente mais rápido que o mais potente)

Parabéns ao Eduardo pela matéria.

Caio Lucci disse...

Edu outra coisa o Dan Gurney ganhou 4 corridas na F1 !!!!

Ele obteve a primeira e unica vitoria da Porsche como construtor em 62 mais 2 pela Brabham em 64 e essa dai em Spa com a equipe propria em 67

Eduardo Gaensly disse...

eita!
Então esqueçam tudo que eu escrevi ali!
hehehe

ná próxima, prometo que pesquiso mais!

Eduardo Gaensly disse...

pronto, corrigido!